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Baile no Rio de Janeiro comemora os 50 anos da black music no Brasil

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A black music é uma força, é um diálogo coletivo”, diz Dom Filó, que junto com DJ Corello, comanda o baile “Eu amo Black Music” nesta sexta-feira (8), celebrando 50 anos da black music no Brasil. Em 2024, comemora-se a criação do baile Noite do Shaft em 1974, que marcou a chegada da black music ao país. A festa homenageia o personagem John Shaft e é realizada pelo Teatro Rival Petrobras e pela Cultne TV.

Dom Filó explica que a black music originou-se nos campos de algodão dos EUA, onde os negros escravizados cantavam para aliviar a dor. Esse canto evoluiu para ritmos como soul, rhythm and blues, jazz e blues. A música preta americana influenciou fortemente os bailes no Rio de Janeiro, contribuindo para o surgimento do Movimento Black Rio, que adaptou esses estilos à realidade brasileira.

Luiz Felipe de Lima Peixoto descreve o Movimento Black Rio como uma resposta orgânica à necessidade da comunidade negra de se expressar durante a ditadura militar. O movimento ajudou a afirmar a identidade negra no Brasil e criou uma resistência negra essencial em um período de opressão. Bailes promovidos por Dom Filó, com discursos antirracistas, contribuíram para essa reafirmação.

O Movimento Charme, criado pelo DJ Corello, foi uma das transformações musicais significativas desse período. Corello introduziu o rhythm and blues nos bailes de black music e popularizou a mixagem contínua entre músicas. O Viaduto de Madureira e posteriormente o Baile Black Bom, na Pedra do Sal, foram pontos de referência importantes para o movimento.

A professora Denise Barata da UERJ afirma que a música no Brasil tem profundas marcas negras, resultantes da diáspora africana. Gêneros musicais nascidos na comunidade negra são formas de sociabilidade e de difusão da memória negra. Ela destaca que essa memória persiste até hoje em gêneros como samba, funk e black music, demonstrando a resiliência da cultura negra.

Para Dom Filó, celebrar os 50 anos da black music no Brasil é reconhecer um período de transformação e avanços na luta racial. Ele destaca a importância de transmitir essa história para as novas gerações, ressaltando que o processo de afirmação da identidade negra é contínuo e que a música sempre foi um elemento central nessa luta.

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