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Pais doam órgão de baleado em piscina no Rio

Os órgãos do menino Asafe William Costa Ibrahim, de 9 anos, serão doados, após ter sido confirmada a morte encefálica da criança, na tarde desta quarta-feira. O garoto foi vítima de uma bala perdida neste domingo, quando foi atingido na região da cabeça ao sair da piscina do Sesi de Honório Gurgel, na Zona Norte. Muito abalados, os pais da criança Wagner Rodrigues Ibrahim e Diná Costa de Paula Ibrahim deixaram o Hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, no início da madrugada desta quinta-feira, após conversarem com uma equipe de transplantes da unidade. Eles disseram que a decisão foi tomada para ajudar o próximo.

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Os órgãos do menino Asafe William Costa Ibrahim, de 9 anos, serão doados, após ter sido confirmada a morte encefálica da criança, na tarde desta quarta-feira. O garoto foi vítima de uma bala perdida neste domingo, quando foi atingido na região da cabeça ao sair da piscina do Sesi de Honório Gurgel, na Zona Norte. Muito abalados, os pais da criança Wagner Rodrigues Ibrahim e Diná Costa de Paula Ibrahim deixaram o Hospital estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, no início da madrugada desta quinta-feira, após conversarem com uma equipe de transplantes da unidade. Eles disseram que a decisão foi tomada para ajudar o próximo.

– Decidimos juntos (os familiares) fazer a doação. É uma perda e ainda vamos sofrer muito. Então, a gente achou melhor fazer essa boa ação, que é ajudar o próximo — afirmou Wagner, ao sair da unidade hospitalar onde o menino estava internado.

De acordo com informações da Secretaria Estadual de Saúde, a morte de Asafe foi constatada às 14h10. A família recebeu a notícia pouco tempo depois, por volta das 15h. De acordo com os pais, eles, que têm outros dois filhos, com idades de um e 16 anos, receberam apoio psicológico do hospital.

– Depois disso, aumenta o medo da violência. Agora a gente tem que abraçar o que a gente tem e cada vez mais redobrar a nossa atenção. É difícil porque a violência está em todo o canto. Você nunca espera que seu filho vai ser alvejado por uma bala perdida dentro de um clube — lamenta o pai, após dar detalhes de como era o Asafe no dia a dia. — Ele era extrovertido, muito alegre, carinhoso e brincalhão demais. É um garoto que vai deixar um vazio grande.

A família e funcionários do Sesi vão prestar depoimentos nos próximos dias na 31ª DP (Ricardo de Albuquerque), que investiga o caso. Peritos analisam imagens de câmeras de segurança para tentar descobrir de onde partiu a bala que perfurou o olho esquerdo da criança. De acordo com a Polícia Militar, não havia operação na região no momento do crime.

Ainda de acordo com a família, ainda não está decidido o local onde o menino será velado.

– Não tem nada decidido com relação a velório e enterro. Vai demorar um pouquinho porque nós optamos em fazer a doação dos órgãos. Vai depender de quando o corpo for liberado.

OUTRAS VÍTIMAS DE BALAS PERDIDAS

Asafe foi uma das três pessoas atingidas por balas perdidas no último fim de semana. No sábado, Larissa de Carvalho, de 4 anos, levou um tiro na cabeça quando saía com os pais de um restaurante na esquina das ruas Boiobi e Rio da Prata, em Bangu.

No mesmo bairro, Carlos Eduardo Rodrigues de Paula, de 33 anos, foi baleado enquanto ia para uma lanchonete com a família, na Vila Aliança. Ao ouvir disparos, ele abraçou a mulher e a filha para protegê-las e acabou sendo sendo atingido na região cervical. Após receber os primeiros socorros no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, Carlos Eduardo foi transferido para o Alberto Torres, em São Gonçalo, onde permanecia internado até a noite desta quarta-feira.

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