Iguatu

Entrevista: Aluno da FECLI tem poema selecionado para coletânea nacional

[caption id="attachment_18951" align="alignnone" width="800"]O jovem Antu00f4nio Marques teve sua poesia selecionada no Pru00eamio Poesia Livre 2015 (Arquivo Pessoal)[/caption]

O mombacense Antônio Marques,22, é aluno do 6º Semestre do curso de Letras – Língua Portuguesa e Respectivas Literaturas, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu (FECLI).

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O jovem Antu00f4nio Marques teve sua poesia selecionada no Pru00eamio Poesia Livre 2015 (Arquivo Pessoal)

O mombacense Antônio Marques,22, é aluno do 6º Semestre do curso de Letras – Língua Portuguesa e Respectivas Literaturas, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu (FECLI).

Recentemente o universitário se inscreveu num concurso de poesias, que dentre 2.812 inscrições, selecionaria apenas 250 poesias. Uma delas é de autoria de Antônio, bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Apaixonado por Clarice Lispector, ele conversou com a Rádio Mais.

Mais FM – Desde quando você escreve?

Antônio Marques – Antes dos 11 anos de idade eu já fabulava, inventava histórias. Sempre gostei muito de ler e fui me descobrindo na escrita. Costumava escrever tudo o que sonhava à noite, escrevia em um livrinho que eu mesmo tinha feito (cortei várias folhas de papel e costurei com uma agulha). Esse foi o ápice da minha escrita.  

Mais FM – Muitos escrevem para si mesmos. Pra quem você escreve?

Antônio Marques – Não tenho um alguém especial, ou uma ‘musa’, mas escrevo conforme o momento emocional em que estou; seja ele de tristeza e/ou alegria. Escrever é algo tão incerto, nunca sei quando vou escrever. Às vezes, pela madrugada, sou acordado com um enorme fluxo de ideias, devaneios que não sei explicar. Daí, escrevo… 

Mais FM – Nem sempre quem escreve, divide com alguém. Quando e por que resolveu divulgar seus pensamentos?

Antônio Marques – Nunca gostei de mostrar o que escrevo a alguém, porém, vi-me obrigado e só agora resolvi ‘aparecer’, pois até então eu era amador. Em minhas quimeras, senti uma ânsia e um desassossego comigo mesmo de ser lido, já que o escritor só existe quando alguém o lê. A escrita é o campo de criação humana que mais me atrai. 

Mais FM – Quem é seu (sua) escritor (a) favorito (a)?

Antônio Marques – Clarice Lispector. Costumo dizer que ela é minha amante. Durmo todas as noites ao lado dela. 

Mais FM – Que livro está lendo no momento, ou leu recentemente?

Antônio Marques – “Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector.

Mais FM – O que geralmente estimula a sua escrita?

Antônio Marques – Faço como Clarice Lispector: tenho períodos de produzir intensamente e tenho períodos-hiatos em que a vida fica intolerável.

Mais FM – Como soube do concurso? Esperava ter a sua poesia selecionada?

Antônio Marques – Fiquei sabendo do Concurso Nacional Novos Poetas, Prêmio Poesia Livre 2015 por indicação de uma amiga, a Gilquele Araújo. Na verdade, nunca imaginei que minha poesia seria escolhida. A Comissão Julgadora do Concurso era composta por 03 (três) membros com amplo conhecimento e experiência em Literatura. 

Mais FM – Quando sai a publicação e onde poderá ser encontrada?

Antônio Marques – O livro (Antologia Poética) será publicado até o dia 31 de maio de 2015 e quem se interessar em ler e/ou comprá-lo, encontrará na Editora VIVARA.

Mais FM – Onde as pessoas podem ter mais do seu trabalho?

Antônio Marques – Não tenho nada escrito em outros meios de comunicação, mas, pretendo publicar um livro de poesias, em breve. Estou escrevendo um romance, mas ainda está em processo de concatenação de ideias. 

 

Clepsidra, de Antônio Marques 

No calato silêncio da noite

Ouço sua melódica voz soar 

De longe vejo o mar

De perto seus lábios.

 

Sem julgar (já vou a lhe beijar);

Sem acreditar que isso vá acabar.

Quando penso em alguém

Esse alguém é você – sem pensar.

 

Na batida do tambor,

Ouço um gemido sarcástico,

Aos meus ouvidos canção.

Segue num ritmo sinfônico.

 

Entre pedras e espinhos

O sangue da rosa derrama,

Por dor, 

Um olhar querendo amar.

 

No meio do nada…

Pérolas, perfumes… perdidos.

Pelo vazio de ser – a pele mais perfumada.

Perdeste a ampulheta e sua clepsidra vida.

 

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