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Entre Olhares: 171

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Por mais acontecimentos que venham a acontecer nestes últimos dias que antecedem a transmissão do cargo e a assunção do novo presidente da República, independentemente da versão trágica e espetacular de sua realização, todas as atenções e ansiedades estão voltadas para o ir e vir dos Bolsonaro. Qualquer gesto, por mais milimétrico que possa ser, vira estardalhaço nacional. Charges e posts imediatamente são veiculados nas redes sociais. Analistas e especialistas de todas as ordens já se antecipam em emitir pareceres e os sarcásticos de plantão, para não desprezar a verve cômica do brasileiro, mais do que depressa lançam suas piadas.

Nada mais natural! Criatividade não nos falta. É da nossa índole a bisbilhotice e a infinita capacidade de gerar boatos e acreditar neles. Não foi à toa que o eleito se elegeu às custas de FAKE NEWS. Somando-se a tudo isso resta-nos considerar que fazemos parte do aglomerado mais ignorante da face da Terra. Comandados por uma “Elite do Atraso” por longos 30 anos de Ditadura Militar somados mais outros 30 anos de uma suposta redemocratização, fomos relegados a uma educação de terceira classe, cabendo somente aos mais abastados uma formação de primeiro mundo.

Moral da História?! Regressamos ao Estágio de Desenvolvimento Social que a Sociologia classifica como Estágio Teológico. Trata-se de uma situação de desenvolvimento social em que os seres humanos se valem de crendices e superstições para explicar e entender os fatos sociais e políticos. Não é à toa que, num Estado supostamente laico, uma futura Ministra venha a público afirmar convictamente que viu uma figura teológica de suma importância “atrepado” numa goiabeira. Da mesma forma em que muitos se valem das escrituras tidas por sagradas para anunciar o fim e a chegada dos Tempos e aí, coincidentemente, o nome do ungido é MESSIAS.

Toda esta panaceia serviu de cortina de fumaça para encobertar a verdadeira face do neo JUDAS. Hoje estamos cônscios de que é normal o uso de LARANJAS, o confisco de salários de supostos Assessores Parlamentares, a lavagem de dinheiro, a sonegação, o compadrio de colegas e amigos, a contratação de falsos motoristas, justificar o injustificável super salário de “colaboradores”e assim sucessivamente uma série de outras falcatruas perpetradas por parlamentares das mais diversas facções partidárias com o único intuito de enriquecer ilicitamente através do saqueamento espúrio dos cofres e do dinheiro públicos desta Nação.

Fato é que elegemos uma efígie que até o presente momento ainda não sabemos decifrar. Alguns adjetivos já podemos lhe atribuir de forma consensual: despreparado; beligerante; desequilibrado; inconstante; incongruente; hipócrita; inconsistente; destemperado; corrupto; dentre outros. Como se isso não fosse o suficiente para ficarmos apreensivos com a sua assunção ao posto máximo de comandante desta Nação, acrescente-se que aqueles que o rodeiam seguem as mesmas características e ainda pior: são totalmente indisciplinados e indiscretos. Afora os seus predicados nada confiáveis e recomendáveis às pessoas de bem e do bem, como marinheiros de primeira viagem, certamente não irão fugir à máxima: “Quem nunca comeu melado, quando come, se lambuza!”.

E aí fica impossível fazer qualquer previsão do montante e da farra que será feita às expensas do Erário Público deste país. Não obstante, dado o fato de não terem os conhecimentos necessários ao bom desempenho de suas funções, não serão poucas as ações de abuso de poder e tropeços protocolares que deverão enrubescer as nossas faces. Antes mesmo de assumirem suas funções já são inúmeros os “barracos” nos grupos e nas redes sociais, imaginem os engalfinhamentos para abocanhar a melhor e a maior parte dos seus quinhões. Ao que me parece, embora o eleito tenha apresentado um excelente desempenho carismático entre os cidadãos e as cidadãs brasileiras, seu grau de liderança e autoridade entre os seus comandados não é dos melhores.

Nunca me passou pela cabeça esta faceta que nos foi pregada pelo destino. Mas pensando bem, não poderia ser de outra forma. Sem a presunção de usufruto dos direitos básicos e inalienáveis (saúde, educação, moradia, trabalho, alimentação), nenhum POVO consegue ser pleno. Por conta disso, estamos nos submetendo à vexatória realidade de ser administrados por um bando de 171.

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