Regional
Cariri chora a perda de Antônio Aniceto

Conforme boletim do HRC, o quadro clínico de Mestre Antônio havia evoluído para a forma hemorrágica da doença, sendo agravado por insuficiência renal aguda. Mestre Antônio vinha recebendo cuidados paliativos, quando se esgotam os limites tecnológicos para qualquer intervenção médica possível.
Após a confirmação da morte de Mestre Antônio, familiares e amigos se dirigiram ao HRC para cumprir seu último desejo: do seu corpo ser velado em sua residência, localizada no bairro da Batateira, onde foi mantido até ser transportado, agora de manhã, para o Centro Cultural da RFFSA, no Centro da cidade, onde era esperado por dezenas de curiosos e por grupos de tradição cultural de Crato.
A secretária de Cultura do município, Dane de Jade, avaliou a morte de Mestre Antônio como “um momento de profunda perda para o contexto artístico e cultural de todo o Estado”. Segundo ela, é preciso rever a política de apoio na manutenção dos grupos folclóricos e tradicionais. “A maioria das personagens culturais já possui idade avançada. É preciso que haja, por parte das administrações, maior difusão das manifestações folclóricas e tradicionais para que não percamos a nossa própria arte”, disse.
O dramaturgo Cacá Araújo disse que Mestre Antônio Aniceto possuía a riqueza de uma ancestralidade que resistiu, durante anos, de maneira viva e pulsante. Exímio pífeiro, imitador de animais e brincante performático, fazia par com seu irmão Mestre Raimundo Aniceto na condução da banda cabaçal mais famosa e respeitada do Brasil.
Mestre Antônio foi primeiro pífano da banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, surgida no século XIX, tendo como fundador José Lourenço da Silva, o Aniceto e transmitida aos descendentes.
Fonte: Diario do nordeste