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“Vacina não irá resolver todos os problemas”, alerta especialista sobre pandemia do coronavírus
Vista por muitos como a principal esperança contra o coronavírus, uma potencial vacina não deve solucionar todos os problemas ocasionados pela pandemia, conforme explica Fábio Miyajima. Ele é integrante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e possui ampla atuação em pesquisas epidemiológicas com análise molecular de doenças crônicas e infecciosas.
O especialista comentou sobre como o mundo está enfrentando a Covid-19 em entrevista exclusiva ao O POVO, em transmissão ao vivo do quadro Nova Saúde desta terça-feira, 18. Ele foi questionado pelos jornalistas Luiz Viana e Érico Firmo sobre quais as perspectivas de futuro diante da ameaça do novo coronavírus.
Diante da seriedade da situação, Fábio frisou que a história do século 21 será dividida em um momento antes do surgimento da Covid-19 e outro após. “Nunca as coisas irão se normalizar do jeito que eram antes da pandemia”, alertou. Ele explica que a população, de modo geral, acredita que com o surgimento de uma vacina, a pandemia e seus efeitos “sumirão instantaneamente, mas isso é uma ilusão”.
A grande capacidade de mutação do vírus, bem como as dificuldades regionais e culturais na implementação de medidas básicas de prevenção, como uso de máscaras, contribuem para que a visão de um “retorno à normalidade” seja cada vez mais incerta. O pesquisador destacou ainda que já existem diferenças visíveis entre as “cepas” (tipos de vírus) que circulam nos diversos países do mundo e acrescentou que no Brasil há pelo menos duas delas.
“Acreditar que a vacina irá resolver todos os problemas é uma ilusão”, pontuou Fábio. Ele mencionou o que chamou de “esforço extremo” da comunidade científica mundial na busca por medidas efetivas contra o vírus, mas alertou que, além de ser eficiente, a vacina precisa ser segura aos seres humanos.
“Ao longo da história, levamos no mínimo oito anos para elaboração de uma vacina, agora, com a Covid-19, estamos trabalhando com estimativas para um ou dois anos. É um avanço recorde da ciência”, completou. Apesar dos pontos positivos, dentro da comunidade científica, segundo ele, cresce a crença de que a vacina somente poderá ser disponibilizada para a população a partir do ano que vem.
“É necessário atender um emaranhado de testes e procedimentos extremamente complexos”, justificou. Para o pesquisador, para além da vacina, as pessoas deveriam passar a se preocupar com a criação, implementação e naturalização de protocolos de biossegurança. “Precisamos rever nossos conceitos. Imaginar um Maracanã com 200 mil pessoas ou um Carnaval com um mar de gente nas ruas é algo completamente impensável nos tempos atuais”.
Por ser um vírus completamente novo, não há histórico científico de como ele irá se comportar com o passar do tempo, ou de como o organismo humano irá se portar diante de uma vacina. “Existe a possibilidade da vacina produzida em um ano funcionar por um período de tempo, mas precisar ser atualizada anualmente, como é o caso da gripe”, explicou.
A falta de conhecimento prévio sobre o novo vírus dificulta ainda definir qual modelo de vacina será mais eficaz contra o vírus, fato que demandaria mais testes e análises e consequentemente ainda mais tempo na produção de uma vacina. Fábio destacou ainda que não há como prever o que a humanidade irá enfrentar em um futuro próximo.
“O vírus teve uma causa natural, pode sofrer mutações constantes, ou então, outro vírus pode surgir. Ainda não temos certeza se a Covid-19 irá permanecer para sempre, mas existe essa possibilidade”, explicou o especialista frisando a necessidade da população se adaptar com normas de higiene sanitária mais rigorosas.
A estrutura dos estabelecimentos, meios de transporte, e mesmo traços culturais precisam ser revistos como forma de se precaver de uma eventual nova pandemia, segundo alertou o especialista. Investimentos maciços em pesquisa científica e estruturação dos serviços de saúde pública nos países também são pontos indispensáveis, segundo Fábio.
“A testagem em massa é eficaz para barrar o crescimento de uma epidemia, mas precisa de estrutura para ser feita. Centros, insumos, aparelhos, treinamentos, recursos humanos”, pontuou ao alertar que nem o Ceará, nem o Brasil, assim como diversos países da Europa, não conseguiram implementar o rastreio correto de fontes de transmissão do coronavírus.
Fonte: O Povo
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