Brasil
Exemplo de superação, jovem cego da UnB participa de torneio de xadrez
[caption id="attachment_13761" align="alignnone" width="600"]O brasiliense Gabriel Soares, 19 anos, se dedica ao estudo do xadrez há cinco anos e, a partir de hoje, participa da segunda etapa classificatória nacional da Copa Brasil, campeonato da Federação Brasileira de Xadrez para Deficientes Visuais.
Gabriel Soares, de 19 anos, ficou na quarta colocação no campeonato juvenil disputado em Goiânia em 2012
O brasiliense Gabriel Soares, 19 anos, se dedica ao estudo do xadrez há cinco anos e, a partir de hoje, participa da segunda etapa classificatória nacional da Copa Brasil, campeonato da Federação Brasileira de Xadrez para Deficientes Visuais.
“Estou confiante para esse torneio. Faz algum tempo que não jogo em competições, mas espero conseguir uma boa classificação”, conta o estudante de letras espanhol na Universidade de Brasília (UnB).
A deficiência visual não foi empecilho para ele dominar a modalidade. Durante um ano, aprendeu a jogar com os colegas. “Eu procurei saber do xadrez porque os meus amigos falavam muito bem. Logo depois, comecei a participar de competições”, detalha. Em 2010, o morador de Santa Maria encontrou uma equipe especializada no esporte para deficientes visuais, que treinava no Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais e que hoje pratica na Associação dos Servidores da Câmara dos Deputados (Ascade). A partir daí, não parou de fazer as aulas.
As partidas da Copa Brasil ocorrem de hoje a domingo, no Rio. Após a terceira fase classificatória, a ser realizada em Salvador, entre 19 e 21 de setembro, os participantes que acumularem o maior número de pontos vão disputar a final, entre 10 e 14 de dezembro em São Caetano do Sul. Mas esta não é a primeira vez que Gabriel participa da competição. Ele chegou às finais da categoria juvenil, em Goiânia, em 2012. Naquele ano, conquistou a quarta colocação.
Adaptado para as necessidades especiais de deficientes visuais, o xadrez que Gabriel joga tem algumas diferenças nas regras e no tabuleiro. A cor das casas se identifica pelo relevo. As mais altas são pretas, e as mais baixas, brancas. Para diferenciar as peças, há um pino no topo das pretas. “A visão dos jogadores deficientes visuais está nas mãos”, explica o professor Davi Nascimento, que acompanha Gabriel há mais de um ano. O treinador esclarece que, se no modo tradicional o competidor não pode mudar de jogada depois de tocar em uma peça, no adaptado, o jogador conclui sua jogada após descrever o movimento em voz alta. Por exemplo, se o jogador quer mover o cavalo da casa B1 para a C3, ele deve dizer: “movimento do cavalo de Bela um para César três.”
A mãe de Gabriel, Fernanda Silva, 40 anos, se orgulha do desempenho do filho e de sua força de vontade. “Ele se desdobra para fazer o que quer, é muito motivado”, enfatiza. Fernanda conta que nem mesmo uma greve dos rodoviários parou o filho, que depende de ônibus como meio de transporte. “Da nossa casa, em Santa Maria, ele pegou uma van sozinho e foi até a BR-040. De lá, entrou em um ônibus de transporte interestadual de Goiás para não deixar de cumprir seus compromissos.”
Além de estudar na UnB e jogar xadrez, Gabriel toca bateria desde os 7 anos. De tão apaixonado por futebol, não desgruda do rádio de pilha. Com a família, Gabriel foi ao Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha acompanhar a partida Brasil x Holanda na disputa pelo 3º lugar da Copa do Mundo. Viu ainda Argentina x Bélgica e Colômbia x Costa do Marfim. Na viagem para o Rio de Janeiro, espera ouvir o time do coração, o Flamengo, jogar no Maracanã.
Depois de concluir o ensino médio no Centro de Ensino Médio Setor Leste, Gabriel foi aprovado no vestibular da UnB por meio de cotas para pessoas com deficiência. Estudante do segundo semestre, ele considera insuficiente a atenção dispensada pela instituição à acessibilidade. “A gente conta muito com a sorte de ter colegas que nos ajudam com alguns materiais”, diz.
Fonte: CORREIO BRAZILIENSE
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