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CRIANÇAS: Especialista dá dicas de como amenizar sofrimento dos pais ao deixar filhos na escola

“Eu já via que ela já sentia a necessidade de socializar com outras crianças. De interagir com elas, de estar no meio delas. Uma vez que ela é filha única. No primeiro dia em que eu a deixei na escolinha, ela não chorou. Aí pra mim foi mais tranqüilo”.

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“Eu já via que ela já sentia a necessidade de socializar com outras crianças. De interagir com elas, de estar no meio delas. Uma vez que ela é filha única. No primeiro dia em que eu a deixei na escolinha, ela não chorou. Aí pra mim foi mais tranqüilo”.

 

A experiência da estudante Juliana Moraes dos Santos, mãe da Ana Liz de três aninhos, indica que nem é tudo tristeza quando é preciso deixar os filhos na escolinha na hora de voltar para as obrigações do dia a dia. No entanto, a maioria das mães de primeira de viagem enfrenta um processo doloroso no retorno ao trabalho ou estudos – já que, deixar os filhos em creches pode ser uma ideia apavorante, como foi o caso da vigilante Patrícia Marques Sampaio. Ela voltou ao emprego quando o filho tinha apenas quatro meses de idade.

“Foi muito difícil na primeira semana. Eu chorava muito. Passando o tempo eu encontrei uma pessoa muito boa e que cuidou dele muito bem. Eu o deixei com essa senhora que começou a cuidar dele aos quatro meses. E ele ficou com ela até os três aninhos dele. Eu ligava umas três vezes por dia. Ela dizia: não Patrícia, não precisa ficar ligando, está tudo bem. Mas, assim, mãe é muito preocupada. Então, às vezes eu ligava quatro, cinco vezes”.

Para a psicóloga do Conselho Federal de Psicologia do Paraná, Carolina Walger, nesse tipo de situação é muito comum que haja algum sofrimento. Isso porque, a mãe pensa que somente ela pode cuidar bem da criança. A especialista dá algumas dicas para que as mães evitem um momento difícil na hora de deixar os pequenos na escolinha.

“A primeira coisa que eu gostaria de reforçar é que as mães não devem acreditar que esse processo de separação dos filhos vai traumatizar essa criança. Esse é um processo natural que as crianças vão passar mais cedo ou mais tarde. Outra coisa bastante importante, é que esse processo de separação aconteça de forma gradual. Então, a mãe não deve esperar o seu tempo de licença maternidade se encerrar. Mas, quinze dias ou um mês antes ainda, desse término que a criança já comece a ficar com a babá ou já comece a ir para a escola”.

Buscando reduzir os efeitos da separação entre mãe e filho, algumas escolas apostam em um processo de adaptação da família. Nesses casos, a creche ou colégio coloca a disposição dos pais, um profissional que vai analisar as situações individualmente, conforme explica a vice-diretora educacional de um colégio particular de Brasília, Clotilde Campos.

“Cada caso é um. Então, não dá pra ter uma conversa coletiva, neste caso não dá pra se ter uma reunião. É aquela família que naquele momento, ela precisa ser ouvida, ela precisa receber algumas orientações. Mas, ela precisa, principalmente, que a escola passe uma credibilidade, uma segurança, para que de fato ela tenha tranqüilidade. Porque fica na cara dos pais. Então a criança, ela sente isso. Na respiração da sua mãe, do seu pai. No olhar. Às vezes, até alguns tremem e isso não é exagero. É uma coisa normal, que é esse momento de ruptura. E que a escola precisa respeitar isso, precisa entender e não julgar”.

A psicóloga do Conselho Regional de Psicologia do Paraná, Carolina Walger, recomenda ainda que as mães se despeçam dos filhos com clareza. Isso porque, a prática de sair escondida pode causar um sentimento de insegurança nas crianças.

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