Iguatu

Comitê gestor do açude Trussu analisa futuro do reservatório

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No campus Humberto Teixeira, a Comissão Gestora do Açude Carlos Roberto Costa (Trussu) se reuniu na terça-feira, 07. O assunto principal foi o futuro do reservatório da cidade de Iguatu que se encontra com 3,91% de sua capacidade. Representações sindicais, comunidade pesqueira, políticos e membros de órgãos que gerenciam a água estiveram presentes.

Por meio da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH-Iguatu), houve a apresentação técnica do reservatório, com o gerente operacional Anatarino Torres. O prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) para região Centro-Sul também foi apresentado.

Simulações

O gerente explicou os cenários estudados pela COGERH para o reservatório; o de aporte zero, o de cenário de aporte igual ao de 2017 quando o Trussu teve sua pior recarga da história e de abastecimento igual ao de 2015. “Se a partir de primeiro de julho quando encerra a quadra invernosa tivermos aporte zero ou igual ao de 2017, teremos garantia de água somente até dezembro desse ano. Se tivermos a sorte de um abastecimento parecido com o do ano de 2015, há chance de chegarmos ao final de 2020 com água no reservatório”, explicou.

O Trussu está com 10,5 milhões de metros cúbicos, ou seja, 3,9%. Há um ano estava com 7,7%. Se houver uma recarga mínima de pelo menos 4% dará para manter o abastecimento por mais um ano. A avaliação climática da FUNCEME revela um cenário favorável para chuvas em torno da média histórica, porém no Centro-Sul do Estado a categoria mais provável é abaixo do normal.

Racionamento

Apontado como solução pelos membros da reunião, o racionamento da água aos iguatuenses é apontada como inviável pelo Sistema Autônomo de Água e Esgoto  (SAAE), por não haver reserva suficiente. “Temos que produzir água, retirar água de poços e manter o abastecimento. Tratar uma água nessa situação já eleva o custo da autarquia e esperar para tratar mais na frente geraria um prejuízo maior que pode ainda respingar no consumidor”, frisou Marcílio Cosme, coordenador técnico do SAAE.

Zona rural

Uma equipe do Exército faz nas comunidades locais avaliação das cisternas e da necessidade ou não de abastecimento por caminhões-pipa, conforme afirmou o coordenador local da Defesa Civil, José de Arimateia. “As cisternas da população do interior estão com o nível favorável. Isso nos dá uma certa tranquilidade, mas de todo modo estamos atentos a que pode ocorrer no futuro para traçarmos novas estratégias”, disse.

Prejuízos

A presidente da Colônia dos Pescadores de Iguatu, da área Z41, Neide Batista, na reunião ordinária da Comissão Gestora do Açude Trussu afirmou que há vários anos a comunidade pesqueira composta por mais de 129 pessoas vem sentindo os prejuízos. “Há três anos que praticamente não pescamos no Trussu.Vários amigos já estão se deslocando pra outros estados pra tirar o seu sustento”, lamentou.

A comissão promete se reunir de maneira extraordinária na próxima semana para analisar alternativas para o abastecimento da cidade como o “Aquífero do Julião” – em fase do estudo para determinar a vazão – e a captação de poços na bacia do rio Jaguaribe.

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