O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque prestou depoimento ontem à Polícia Federal sobre as joias recebidas do governo saudita. Segundo sua defesa, ele afirmou que desconhecia o conteúdo dos pacotes, que seriam destinados à União. As afirmações contrariam a defesa de Bolsonaro e de seu filho Flávio, que disseram ver as joias como “bens personalíssimos”, que deveriam ficar no acervo pessoal do ex-presidente. Também contrastam como o que o ex-ministro disse aos fiscais da Receita, em 26 de outubro de 2021, quando as joias de R$ 16,5 milhões foram apreendidas.

Marcos Soeiro, ex-assessor de Albuquerque e representado pelo mesmo advogado, também depôs ontem. Um funcionário saudita disse a ele que os pacotes continham presentes, sem informar o que eram ou para quem. Ele ficou com um dos oacites e o outro, com Albuquerque, em malas de mão.

Enquanto isso… O governo derrubou o sigilo de 100 anos e liberou dados de acesso dos filhos de Bolsonaro ao Planalto: 667 vezes. Os registros de entrada e saída de Eduardo, Flávio, Carlos e Jair Renan foram obtidos após a Controladoria-Geral da União derrubar o sigilo.

E tem mais. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, manteve a multa de R$ 20 mil aplicada a Bolsonaro pela reunião com embaixadores, em julho, no Palácio da Alvorada. Ele disse que sua conduta “extrapolou os limites de atuação como chefe de Estado”.

By Luís Sucupira

Jornalista - MTE3951/CE