Economia
Aumento da taxa de juros favorece rentistas e não resolve problema da inflação, dizem especialistas
[caption id="attachment_20794" align="alignnone" width="800"]Foto de Marcelo Camargo.[/caption]Prestes a ter sétima alta consecutiva, aumentos na taxa Selic já rendeu mais de R$ 67 bilhões a bancos em ganhos com títulos da dívida pública.
Prestes a ter sétima alta consecutiva, aumentos na taxa Selic já rendeu mais de R$ 67 bilhões a bancos em ganhos com títulos da dívida pública.
A política da equipe econômica do governo federal de aumentar a taxa de juros básica deve ter continuidade. A expectativa do mercado é de que a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para esta terça (28) e quarta-feira (29), deva subir em mais 0,5% a taxa Selic, chegando a 14,25% ao ano.
Sob a justificativa aumentar a credibilidade do país perante aos investidores internacionais, essa é apenas um dos ingredientes que compõe a receita da política de austeridade fiscal promovida pelo governo federal desde o começo de 2015. Alvo de muitas críticas de centrais sindicais e movimentos populares, a austeridade promovida já colhe seus frutos: aumento da taxa de desemprego para 6,5%, o pior número para o mês de junho desde 2010.
Rumo a sétima alta consecutiva, o governo vê no aumento da taxa Selic a principal arma para fazer a inflação voltar para o centro da meta, estipulada em 4,5%. Para 2015, porém, os números serão maiores: 6,10%.
Para explicar esses números, a coordenadora executiva do Dieese, Patricia Pelatieri, aponta que o problema da inflação brasileira não será resolvido pelas altas das taxas de juros e, sim, por uma política de desenvolvimento inclusivo em médio e longo prazo.
“Essa receita funcionaria se nós tivéssemos uma inflação de demanda, ou seja, muita gente querendo consumir e sem oferta, mas não é esse o caso do Brasil. Fora que boa parte da composição da nossa inflação passa pelos preços administrados, como passagens de ônibus e energia elétrica, e commodities, que não são regulados pela taxa de juros. Não existe [apenas] uma solução para o problema, mas, sim, diversas ações”, critica.
R$ 67 bilhões
Uma das consequências do aumento da taxa básica de juros é o aumento da dívida pública. A taxa remunera boa parte dos títulos e quanto maior ela fica, mais ela rende aos rentistas. A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, desvenda o motivo dos bancos registrarem grandes lucros mesmo com o país em uma condição de estagnação econômica.
“A Selic é a taxa de juros básica da economia e acaba servindo como referência para todas as outras. Se ela sobe, sobem também as taxas de juros bancárias. A taxa do cartão de crédito, por exemplo, chegou a 304% ao ano em 2015 e a do cheque especial a 210%. Dessa forma mesmo com um crescimento muito modesto do crédito os bancos seguem ganhando muito com os juros cobrados dos clientes”, comenta.
Ela também aponta que os cinco maiores banco brasileiros já ganharam R$ 67,8 bilhões com receitas de títulos somente nos primeiros meses de 2015. Um aumento de 105% em relação ao mesmo período em 2014. Neste ano, o governo anunciou dois cortes no orçamente que, juntos, somam quase R$ 80 bilhões.
Crédito mais caro
Na outra ponta, os trabalhadores se veem em uma realidade pouco animadora. De acordo com o IBGE, o nível de desemprego para o mês de junho chegou a 6,9%, pior número desde 2010. Além disso, a renda mensal caiu 5% em um ano.
Pelatieri diz que crédito mais caro e atividade econômica mais baixa atingem os trabalhadores em cheio com o aumento da taxa Selic. “Toda a tomada de dinheiro pelo consumidor, seja pra adquirir um bem durável ou uma casa própria, fica mais cara. Além disso ele perde também na redução da atividade econômica, que atinge o mercado de trabalho, aumentando o desemprego e a renda”, finaliza.
Fonte: Brasil de Fato
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