Americando

AMERICANDO: Ecos do fingimento

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Enquanto você se esforça pra ser
Um sujeito normal e fazer tudo igual
Eu do meu lado aprendendo a ser louco
Um maluco total, na loucura real.”

(Raul Seixas, Maluco Beleza)

Parece normal, mas não é… Este foi o pensamento que me veio à cabeça ao olhar uma postagem de um jovem em uma rede social. Uma bela jovem, inteligente, com fé na vida e no trabalho árduo que faz. Chegamos a ter um pequeno namoro…, mas acho que outras coisas minhas e dela não deixaram ir adiante. Ao ver a postagem vi o quanto nos esforçamos para sermos normais. O Raul cantou isso…

A foto era em um local de prática esportiva e seu sorriso era sorriso para quem não olhava em seus olhos… Parecia felicidade, plenitude e uma pessoa normal e bem, mas não era… Como é penoso o esforço que muitas vezes fazemos para parecemos normais, felizes e plenos… enquanto isso, o nosso subconsciente sabe que estamos fingindo e colocando a sujeira para baixo do tapete… Sabotamos diariamente a nossa mente. Aí, caro leitor, você pode me perguntar: como você sabe que parece felicidade, embora não seja? Eu simplesmente sei… sem mais detalhes…

O esforço não vale a pena, ele é mais doloroso do que se trancar em um quarto escuro e chorar até perder as forças e adormecer. Fazendo isto, desabafamos com nós mesmos ou com Deus e um alívio pode vir depois. Até porque nem tristeza e nem felicidade duram para sempre… Fingindo a dor, creio, ela torna-se dupla. Sofre-se por inventar e sofre-se por não dar evasão ao pranto, por retardarmos o pranto. Você finge e por fingir se esforça para não desabafar. O poeta da Geração Coca Cola disse: “Digam o que disserem/ O mal do século é a solidão/ Cada um de nós imerso em sua própria arrogância/Esperando por um pouco de afeição” (Legião Urbana, Esperando por mim). Mundo cruel… disfarça e inventa que não sofre…

Por Américo Neto

E-mail: zeamericoneto@hotmail.com

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