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Adolescente é morto a tiros durante abordagem policial no CE
Um jovem de 16 anos foi tragicamente morto a tiros durante uma intervenção da Polícia Militar em um conjunto habitacional na comunidade Conjunto Vila do Mar 3, na Barra do Ceará, em Fortaleza. O incidente ocorreu na noite de domingo (19).
Um vídeo capturado por uma testemunha mostra o momento em que o adolescente, já ferido, era levado pelos policiais. Durante a ação, um residente protestou e foi atingido no rosto por um policial, que momentos antes havia disparado para o alto para dispersar a multidão.
De acordo com testemunhas, Francisco Ray Oliveira de Jesus estava sentado conversando com amigos quando os policiais chegaram ao local. Assustado, o jovem fugiu e foi atingido por tiros na perna e no tórax.
“Como é uma comunidade, a polícia costuma chegar já agindo com violência, independentemente de quem seja. Por isso, os jovens, quando veem, já correm. Ele correu [adolescente morto], e eles [policiais] deram dois tiros”, relatou uma testemunha ao g1, que terá a identidade preservada.
A Polícia Militar, a Secretaria da Segurança Pública e a Controladoria-Geral de Disciplina foram questionadas sobre a abordagem policial que resultou na morte do adolescente. A Secretaria da Segurança afirmou que a PM iria se pronunciar sobre o caso. Até a última atualização desta reportagem, os demais órgãos não haviam respondido.
Segundo a testemunha, os policiais impediram que os familiares socorressem o adolescente, que foi levado pelos próprios militares a uma Unidade de Pronto Atendimento (Upa) da região, mas chegou sem vida na unidade.
“Os familiares tentaram se aproximar quando ele estava ferido, mas a polícia não permitiu. Depois que a população protestou, foi que colocaram ele na viatura e levaram para a Upa. Daqui até lá não são nem cinco minutos e nós chegamos no hospital primeiro que os policiais, mas ele já estava sem vida”, disse a pessoa.
Francisco Ray será sepultado nesta terça-feira (21). Ele era estudante do ensino fundamental e sonhava em ser jogador de futebol.
“Queremos justiça! Se eles conseguiram fazer isso com uma pessoa que estava de costas, porque ele estava correndo quando foi atingido, o que não podem fazer com outros jovens”, disse a testemunha.