Vereador Rafael Gadelha recebeu Auxílio Emergencial mesmo após sua eleição em 2020

O vereador alega que atuava em eventos, mas não respondeu sobre possível devolução do Auxílio

 No município de Iguatu, o vereador Rafael Francelino de Alcântara (PSD), conhecido como Rafael Gadelha, está no centro de uma polêmica por ter recebido auxílio emergencial mesmo após sua eleição em 2020. A revelação do caso, trazida à tona pelo jornalista Donizetti Arruda, destaca que o auxílio, destinado a pessoas em situação de vulnerabilidade, foi indevidamente destinado a um político que, segundo informações, possui posses e faz parte de uma família financeiramente bem situada na cidade.

Rafael Gadelha teria recebido a quantia de R$ 7.800 proveniente do Governo Federal.Em contato com o vereador Rafael Gadelha, este afirmou: “Na época trabalhava com o meu pai nos eventos, e nosso ramo foi o primeiro a parar e o último a voltar.” Sobre uma possível devolução do benefício, Rafael ainda não ainda não respondeu a esta reportagem.

O fato ganhou contornos mais graves diante da declaração de bens feita pelo vereador durante sua candidatura, na qual afirmava possuir mais de R$126 mil em bens. A discrepância entre a situação declarada e a obtenção do auxílio emergencial levanta questionamentos.

É uma realidade que a área de eventos teve grandes prejuízos. Uma das primeiras a ser impactada com o início da pandemia de Covid-19 e responsável por cerca de 4% do PIB brasileiro, o setor de eventos deixou de faturar R$ 230 bilhões no Brasil entre 2020 e 2021, de acordo com dados da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape).

Muitos que não tinham reservas e nem patrimônio para ‘queimar’ tiveram que recorrer ao auxílio-emergencial para continuar sobrevivendo. O governo federal sancionou, em maio de 2021, uma lei que criou ações emergenciais de socorro ao setor. 

Cada caso é um caso. Neste caso, que envolve o vereador, a questão é se seria ético ter recebido o auxílio. E mesmo tendo recebido e usado, por conta de uma suposta necessidade, a pergunta que fica no ar é: não seria interessante devolver?

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