Música Nacional
Digão, dos Raimundos, diz que fãs foram horríveis com Champignon
[caption id="attachment_6384" align="alignleft" width="730"]Digão canta com Champignon no primeiro show do grupo A Banca, após morte de Chorão, em Lorena, interior de São Paulo (Foto: Divulgação)[/caption]O músico Digão, guitarrista e vocalista da banda Raimundos, afirmou que a morte de Champignon, ex-Charlie Brown Jr., encontrado morto na madrugada desta segunda-feira (9), pode estar relacionada às críticas que o músico recebeu dos fãs
por continuar com o grupo, rebatizado como A Banca, após Chorão falecer, vítima de overdose, em março deste ano. “A vida é complicada e são muitas as possibilidades, mas eu sei que as afirmações dos fãs o deixaram bem magoado. Eu também passei por isso, mas eu sempre retruquei, nunca guardei esse sentimento ruim pra mim”, disse em entrevista ao Portal Virgula.
“Os fãs do Charlie Brown estavam o criticando, o chamado de aproveitador, dizendo que ele só pensava em dinheiro, mas as pessoas não sabem da história. Ninguém sabe o que realmente aconteceu entre ele e o Chorão, não sabem o quanto os dois, lado a lado, batalharam pra fazer o Charlie Brown Jr. dar certo. Eu sempre achei tudo isso muito injusto. As pessoas são maldosas, se acham os donos da verdade e a internet é cruel. As redes sociais da banda estavam cheias de coisas horríveis que os fãs escreviam para ele.”
Para Digão, Champignon não conseguiu superar o luto e atravessar mais uma turbulência em sua carreira: “o tempo é que mostra quem é quem, mas, infelizmente, ele não conseguiu segurar a emoção e passar por esse momento. Recomeçar uma banda é muito mais difícil do que sair do zero, você luta o tempo todo contra o seu próprio passado. Quem o julgou tanto deveria se perguntar: ‘será que o cara era mesmo esse aproveitador ou será que ele apenas seguiu na batalha?’. Uma banda não é feita por um cara só. Ninguém pode julgar. E agora os dois estão mortos, ninguém pode se defender, é muito complicado”.
O guitarrista também falou sobre o seu último encontro com Champignon, que segundo Digão, estava ‘muito tranquilo’. “Encontrei com ele recentemente, na casa de um amigo em comum. Ele estava acompanhado da esposa, estava muito tranquilo. Só o achei um pouco introspectivo, mas é uma coisa normal para quem tinha acabado de perder dois grandes amigos [o Chorão, seu companheiro no Charlie Brown Jr, e o Peu, guitarrista da banda Nove Mil Anjos, que também cometeu suicídio]. É muita pressão, tem que ter a cabeça no lugar.”
Na estrada com A Banca, Champignon planejava lançar o disco póstumo do Charlie Brown, La Familia 013, ainda este mês. Digão acredita que os Raimundos e A Banca estavam tentando retomar o fôlego do rock: “Ele estava lutando pelo espaço do rock no Brasil, que cada vez mais despreza o gênero. A nossa missão era botar o rock pra cima, estávamos combinando de fazer vários shows juntos pelo país. Talvez até uma turnê conjunta. Acabamos de perder um dos maiores baixista que o Brasil já conheceu”.
Recentemente, o guitarrista fez uma participação especial em sum show do grupo A Banca, o primeiro sem Chorão, que aconteceu em Lorena, no interior de São Paulo, em maio. “Foi muito emocionante. A banda estava apreensiva, mas chegamos lá e estava lotado. Os caras tinham tudo para dar certo, estavam com uma energia legal e tinham muito respeito pelos fãs, apesar de alguns fãs não terem respeito por eles”, finalizou.
Fonte: Vírgula
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