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Saúde e neurofarmacologia: Black-Friday de medicamentos: Não aproveite!
O universo dos medicamentos está aberto e pronto a todos os consumidores, está completo para os saudáveis – porque tem muita gente que mesmo bem não sai de casa sem um comprimido – e doentes. O planeta dos “medicamentos isentos de prescrição” (MIP´s) existe pensando numa automedicação responsável – que é bem difícil de acontecer – já que estes são livres de prescrição médica e continua aumentando sua lista deliberadamente. A hashtag já começa no primeiro parágrafo. #MeExplicaMaisLuiz
Os MIP´s são aqueles que geralmente as pessoas pegam sem pedir, que levam sem precisar, que consomem sem saber no que vai dar. Geralmente são analgésicos – que aliviam as dores – , antiinflamatórios – que minimizam os processos de inflamação – , antigripais – que diminuem os sintomas da gripe, isso vem acontecendo porque com o passar do tempo medicamentos deste tipo vão se tornando mais conhecidos e confiáveis e suas possíveis reações vão recebendo um melhor acompanhamento, o que possibilita a isenção de prescrição médica em alguns casos.
Entretanto, alguns conceitos do mundo farmacêutico precisam ficar bem claro aos olhos dos pacientes/indivíduos/consumidores/cidadãos a fim de que saibam o que realmente está por trás de tanta propaganda, de tanto apoio ao consumidor e de tantas “promoções”. Automedicação, por exemplo #MeSUPERExplicaLuiz, é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são “percebidos” pelo paciente, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde, o que, com certeza, amigo, você já fez alguma vez na vida. Errado? Não! Evitar? Sempre!
– Então, Luiz, toda vida que eu tiver uma dor de cabeça preciso ir ao médico? – pergunta um amigo que lê semanalmente a coluna.
– Se a dor de cabeça for frequente, pra sempre ir sempre à farmácia procurando medicamento cada vez mais forte; alguma coisa tá acontecendo diferente. A indicação é procurar o médico, consultar a indicação do farmacêutico, ir ao serviço de saúde mais próximo e saber exatamente o que você precisa! – responde seu amigo e farmacêutico mais próximo!
Para sermos mais específicos à compra dos MIP´s, de fato, precisa ser sempre sucedida de uma análise profissional. E isso deve acontecer quando? Quando os sintomas persistirem; quando os sintomas piorarem ou se o paciente tiver uma recaída; quando o paciente tiver dores agudas; quando o paciente tiver tentado um ou mais remédios sem sucesso; quando surgirem efeitos não desejados; quando o paciente estiver convencido da gravidade dos seus sintomas; quando o paciente tiver problemas psicológicos, tais como ansiedade, inquietação, depressão, letargia, agitação ou hiper-excitabilidade.
Não estamos dizendo que a compra de medicamentos de venda livre – outro nome para os MIP´s – deve acabar. De forma nenhuma. Até mesmo sabemos que em algumas localidades os serviços de saúde são de péssima qualidade ou até mesmo são inexistentes. Queremos alertar para uma compra indevida, para uma busca maior sobre informações daquilo que se conhece pouco, do risco-benefício que aquele medicamento pode causar à saúde e principalmente se realmente estamos precisando daquele medicamento na nossa casa, no nosso corpo e na nossa vida.
– Mas, Luiz, eu tenho certeza dos sintomas. Há alguns anos eu sinto isso. Não posso mais comprar sem prescrição médica? Quem usa a hashtag agora sou eu. #MeExplicaMaisLuiz – o mesmo amigo ainda continua com dúvidas.
– Amigo, pode usar o #MeExplicaMaisLuiz quantas vezes quiser. Estamos aqui sempre. O que você vai fazer para realizar essa compra de forma responsável é o seguinte: cuidar sozinho apenas de pequenos males ou sintomas menores, já diagnosticados ou conhecidos, sem indicações de leigos no assunto; escolher somente medicamentos isentos de prescrição médica com a ajuda de um farmacêutico; ler sempre as informações da embalagem do produto antes de tomá-lo – peça sempre a bula; e parar de tomar o medicamento se os sintomas persistirem e procurar imediatamente por auxílio médico.
Se você tiver consciência da compra que estiver fazendo, faça. Se for apenas para levar na “promoção”, não aproveite!
*Esta coluna é escrita pelo neurofarmacêutico Luiz Paulo Ferino*
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