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Vitória de Pacheco barra bolsonarismo no Senado

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Após um dia de intensa negociação da base governista, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito presidente do Senado por 49 votos a 32, derrotando o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN). Embora o placar tenha ficado dentro do esperado, a situação foi tensa ao longo do dia, com previsões de uma vitória apertada. Na tentativa de atrair indecisos, Pacheco chego a defender a limitação do poder do STF, mirando especialmente as decisões monocráticas. Uma vez eleito e após receber um telefonema de parabéns do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele refutou processos de impeachment contra integrantes do Supremo. Em seu discurso, Pacheco criticou a “polarização tóxica” e defendeu a união dos Poderes. “Os interesses do Brasil vão além de questões partidárias e nós, senadores e senadoras, precisamos nos unir pelo Brasil”, afirmou.

Diversos bolsonaristas reagiram mal à derrota de Marinho. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), o mais votado do Brasil, classificou a vitória de Pacheco como uma “vergonha” e ainda ironizou a votação em papel. Já Gustavo Gayer (PL-GO), segundo mais votado em seu estado, baixou o nível no Twitter: “Isso aqui é uma putaria de um grande teatro. Uma democracia de vitrine.” Mais comedido, o senador Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) desejou que Pacheco “de alguma forma resgate a interdependência entre os Poderes”.

Dois senadores novatos, tão famosos quanto conservadores, se viram em situações peculiares no primeiro dia de trabalho. Sérgio Moro (UB-PR) se viu cercado de petistas. Como os lugares no Senado são distribuídos de acordo com os estados e por ordem alfabética, o ex-juiz que prendeu Lula ficou ao lado de Tereza Leitão (PT-PE) e Humberto Costa (PT-PE) e atrás de senador Wellington Dias (PT-PI). Já a ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) ficou isolada e ainda se irritou ao ser cobrada sobre a situação dos ianomâmis.

Lauro Jardim: “As duas vitórias de Pacheco, tanto em 2021 como agora, tiveram ao menos uma particularidade em comum: ele foi fortemente apoiado pelo Palácio do Planalto, que trabalhou para garantir sua vitória sobretudo nos últimos dias quando parecia que Rogério Marinho ganhava terreno. Pacheco conseguiu se colocar na posição de ser o preferido de dois governos radicalmente diferentes um do outro, o de Lula e o de Jair Bolsonaro.”

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