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Vergonha Política em Iguatu: Pula Pula Pipoquinha e a Urgência da Renovação

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Pula pula pipoquinha é um sucesso como uma das músicas mais tocadas na internet. – Música e letra de Bob Zoom, ela embala a política iguatuense no que ela ultimamente tem de melhor: farinha pouca, meu pirão primeiro.

Costuma-se dizer que um dos problemas do Brasil é ter políticos “à beça”, que são “santos do pau oco” e fazem leis “para inglês ver”. E, na hora em que a “vaca vai pro brejo”, eles são partidários do lema “farinha pouca, meu pirão primeiro”. Esse tipo de político não se preocupa com os cidadãos “sem eira nem beira”. Mas, a cada quatro anos, chega a “hora de a onça beber água” e, com medo de não se reeleger, eles pulam feito pipoca. Veja quantas expressões ainda do tempo do Brasil colônia e império eu citei.

Idealismo? Não existe. Defesa da moralidade e fiscalização do executivo? Nem pensar. Não é problema deles, mas deveria ser. Agora, a pergunta de um milhão de dólares: quem é o grande responsável por eles continuarem aí? A justiça? Errou. Essa é lenta demais e, em 4 anos, quase nunca pega um político corrupto. É o povo.

Políticos têm prazo de validade. São como remédios. E quem renova o lote é o voto, e quem vota é o povo. Mas existe uma bolha na política brasileira e iguatuense que eu chamo de “democradura”, mistura de democracia com ditadura do voto de curral e cabresto. Quem criou esse conceito foi Dias Gomes, na novela “O Bem Amado”, através da personagem Odorico Paraguassu, coronel político baiano, na fictícia Sucupira, que seria o regime onde o político escolhe o povo que escolhe o político. No Nordeste, essa modalidade ainda persiste, mesmo apesar de existir um novo jeito de fazer política, onde não se elege um gestor apenas pelo coração e não com a ajuda do cérebro. É onde “rouba mas faz” deixa de fazer sentido, ou eu acho ele ou ela lindo(a) e o não voto em pobre ou não voto em rico.

O que acontece em Iguatu, em um país politizado e não apenas gosta do movimento da política, seria a sentença final, a pena capital que cortaria a cabeça do político que muda de lado como quem troca de calças, saias, faz a barba ou puxa uma escova no cabelo. Em resumo, chama-se vergonha. Mudar de lado por questões partidárias e desavenças políticas é aceitável, e isso não acontece duas vezes a cada mês. Mas pular feito pipoca sem nenhum pudor ou vergonha é vestir-se com as roupas da verdade, mesmo representando a mentira nua.

O povo não presta atenção aos sinais claros. Cabe a nós, da imprensa, descolar seus olhos da remela política para que enxerguem que alguns que antes tinham profissões cujos ganhos apenas lhes permitiam sobreviver, hoje estão milionários, com salários um pouco melhores, mas não salários de ricos ou que os fariam ricos. O pior é que tudo isso parece normal, e alguns justificam o voto dizendo que “rouba mas faz”. E quem não faz nada e ainda assim se reelege?

Há 20 anos, estamos debaixo dessa mesma chibata, entra um e sai outro, mas todos vêm do mesmo lugar. Isso se chama teimosia e é bem diferente da persistência, que quando uma porta se fecha ou algo dá errado, tentamos em outro lugar e mudamos para ver se resolve. Teimosia é insistir em algo e fazer sempre do mesmo jeito que sempre dá errado.

Iguatu sofreu de masoquismo, mas parece que padece da síndrome de Estocolmo, descrita por Nils Bejerot em 1973, como um estado psicológico particular, no qual a vítima demonstra indícios de lealdade e sentimento de gratidão para com aquele que a fez mal.

Perdemos a vergonha e com ela o senso do ridículo. Só você, eleitor, pode consertar tudo isso. A justiça consegue parar e exigir reparação, mas é você quem verdadeiramente tem o direito, o poder e o dever de mudar tudo isso. É hora de tomar posse da cidade, escolher um gestor qualificado e renovar a câmara. Mas para isso, precisamos de nomes novos e novos candidatos. Não precisa ser liderança, basta ser a favor do povo, fazendo o simples primeiro, que é fazer funcionar essa cidade e não permitir que o sagrado dinheiro do povo se transforme em boiada na fazenda de alguém.

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