Iguatu

Senhora Sant’Ana: tradição dos “banquinhos da fé” é mantida nos festejos da padroeira

Seja de madeira ou de plástico os “banquinhos da fé” assim como os féis e devotos de senhora Sant’Ana chamam os assentos que levam de suas residências, para assistir os novenários da padroeira, já se tonou tradição, e há quem diga ser um ato de fé.

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Seja de madeira ou de plástico os “banquinhos da fé” assim como os féis e devotos de senhora Sant’Ana chamam os assentos que levam de suas residências, para assistir os novenários da padroeira, já se tonou tradição, e há quem diga ser um ato de fé.

Religioso ou não, o fato é que nesse período do ano a cena mais comum de ver, são as ruas da cidade tomadas por católicos com seus banquinhos em direção a matriz da santa.

Buscando entender o costume o Jornal do Centro Sul, acompanhou as noites de novenário padroeira de Iguatu que se encerra no próximo dia 26 com a procissão. Carlos Roberto, pároco da Igreja onde acontecem os festejos, não sabe ao certo quando começou essa ação, que se mantem várias há décadas nas noites de celebração. “Tenho 3 anos que estou aqui [na paróquia] e sempre me contagio com a disposição das pessoas em carregar os banquinhos da fé das mais variados bairros”, disse.

A devoção é tamanha que horas antes de começar a novena é possível encontrar os religiosos no patamar da igreja. No percurso que antecedem a chegada ao local, homens e mulheres compartilham a fé e a esperança pela realização dos desejos e diversos agradecimentos, com a certeza da garantia de um melhor lugar na frente do altar improvisado num palco armado. “Venho com minha esposa, do Bairro João Paulo II, criei esse costume desde que meus me pais traziam para os novenários. Sempre com meu banquinho da cor branca”, contou Valdemiro Pereira.

Padre Roberto, explicou ainda os motivos de não disponibilizar mais bancos para os devotos, fatores como proporção que a festa tomou nos últimos anos, foi um deles, “são mais de 5 mil pessoas por noite. Chega a ser impossível disponibilizar esse número de cadeiras. Houve uma época que chegamos a oferecer acentos, mas isso gerou prejuízo a paróquia”, afirmou. As comemorações em homenagem a santa possui 286 anos de história.

Maria Zilma do bairro Brasília falou que o ato partiu da necessidade, e que várias pessoas de sua comunidade seguem a ideia, “devido a minha dor nas costas não posso ficar muito tempo em pé. Não crio desculpa para deixar de participar. Levo até outro banco caso alguma outra pessoa necessite”, disse. Padre Lázaro atual vigário geral e ex-pároco da matriz de Senhora Santa’Ana afirmou que a ação dá uma identidade especial ao festejo, “este ato de fé de trazer os bancos, já se tornou parte de integrante do festejo. É lindo ver a cena no final de cada celebração das cadeiras no alto seguindo o rumo das casas de seus donos. Isso sem dúvidas só acontece aqui”, garantiu.

Economia Como era de esperar, o costume dos devotos move a economia do comércio local, lojas de artigos de variedades estocaram os produtos antes do início da festa religiosa, “ano após ano a procura pelas ‘banquetas’ aumentam, em 2015 tivemos a preocupação de realizar um pedido maior junto ao nosso fornecedor”, garantiu Alves Neto, gerente de uma loja situada na rua Floriano Peixoto. Alves, disse ainda que existe um tipo especifico de assento mais procurado, “geralmente os banquinhos de peso leve e resistente são os preferidos. Talvez porque os idosos são os que mais necessitam e transporta-los é mais cômodo”, finalizou. A expectativa é que a busca pelo tipo de produto aumente em 30% num comparativo aos meses onde não tem festejo religioso.

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