Iguatu

Rio Jaguaribe, em Iguatu, recebe as primeiras águas

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A expectativa gerada pelas chuvas que banham a cidade aumenta ainda mais quando o tema é aumento dos reservatórios e chegada das águas pelo rio Jaguaribe, especialmente no trecho que corta Iguatu. Nessa última semana, o leito do Sítio Quixoá, na zona rural da cidade, recebeu o líquido com maior intensidade.

Mas em todo o trajeto do rio a paisagem verde dos campos contrasta com o leito seco do rio que começa a receber as primeiras águas. A descida da água, conforme especialistas, demora devido à grande extensão em largura do leito e do trajeto ser composto por diversos poços vazios.

Enquanto por baixo da ponte Demócrito Rocha ainda não corre a água com intensidade e os moradores da área urbana não assistem ao espetáculo da passagem, agricultores e produtores celebram a chuva que banha a cidade e o aumento de água no rio em seus trechos. “Feliz demais! Acredito que o volume ficará ainda maior. Acredito que daqui a uns dias já vai dá pra pescar”, afirmou Joaquim Severo, morador do Sítio Quixoá.

O rio recebe recarga de água da região dos Inhamuns, no Alto Jaguaribe, nos municípios de Arneiroz, Aiuaba, Saboeiro e da região do Cariri Oeste, e deságua no açude Orós. A força da água chegou a Jucás e consequentemente no trecho rural de Iguatu.

Com a intensidade e a promessa de mais chuvas, é provável que comunidades como Penha, Gadelha e Intans tenham seus acessos limitados com o volume elevado de água que impede a passagem até mesmo de veículos.

Agredido e degradado

No decorrer do ano, a poluição, a devastação da mata ciliar, a retirada de areia sem autorização, entre outros crimes ambientais, são marcas diárias do manancial, que é um dos mais importantes do estado. Em Iguatu, Organizações Não Governamentais, entidades e principalmente ativistas ambientais, lutam contra “morte” do manancial.

As agressões ao Jaguaribe são visíveis, em todo o trecho urbano por onde ele passa. No bairro Prado, na margem esquerda, ao lado da ponte férrea, o local está tomado por mato e lixo. Sob a ponte, até o momento pouca água se acumulou, sendo boa parte lama.

Mas os problemas apontados pelos ambientalistas também estão presentes ao longo do rio, na zona rural. Dos mais graves apontados pelo Instituto Rio Jaguaribe, são os aterramentos dos ‘braços’ do Jaguaribe, o assoreamento, derrubada da mata ciliar. “O rio Jaguaribe é um patrimônio do Estado do Ceará, entretanto esse mesmo rio, que é importante para o nosso povo, ele vem sendo continuamente agredido e degradado ao longo dos últimos séculos. O Jaguaribe tem uma hidrologia própria que é essa da formação de braços. Esses braços sendo aterrados, á agua que vai correr para outros lugares, isso vai invadir as comunidades rurais próximas, as casas na cidade. Isso é de um prejuízo tanto econômico, quando ecológico. O soterramento dos braços do rio, da calha do rio, das lagoas, muda o ambiente natural. Esses três braços do rio precisam da atuação imediata para corrigir o que está acontecendo, para reparar esses erros que estão acontecendo”, comentou o engenheiro agrônomo e presidente do Instituo Rio Jaguaribe, Paulo Maciel.

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