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Prova de candidata beneficiada por fraude no Piauí tinha erros como ‘tranzito’ e ‘fragrante’

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TV Clube teve acesso a uma das provas do curso de formação para ingresso na Polícia Civil do Piauí que mostra erros crassos cometidos por uma das candidatas aprovadas no concurso público beneficiada pelo esquema fraudulento descoberto durante a Operação Infiltrados, deflagrada na terça-feira (9).

Em uma das questões que pedia a manifestação do candidato sobre a possibilidade ou não de uma autuação em flagrante, ao responder a mulher escreve por duas vezes “tranzito” (trânsito) e prissão (prisão). No mesmo questionamento, aparece ainda a palavra socorrida com apenas um R, flagrante escrito “fragrante” e o A craseado (à) como flexão do verbo haver. A prova escrita era composta de nove questões cada uma valendo um ponto. A candidata obteve 4,3.

Segundo os investigadores, a mulher apresentou diploma de curso superior na etapa que exigia a entrega de documentação dos aprovados. A polícia agora irá investigar a veracidade do diploma. Mesmo aprovada no concurso, a candidata foi reprovada na prova de tiros no curso de formação e não conseguiu ingressar na Polícia Civil.

A Operação Infiltrados foi realizada pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco). No total, 23 mandados de prisões foram cumpridos, sendo que 12 policiais civis e dois agentes penitenciários estão entre os presos. As prisões ocorreram no Piauí, Ceará e Pernambuco.

Conforme o delegado responsável pelas investigações, Kleydson Ferreira, duas quadrilhas, uma liderada por um estudante de medicina e outra por um professor, passaram a atuar juntas desde 2012 e fraudar pelo menos seis concursos públicos e vestibulares, principalmente para os cursos de medicina, de faculdades particulares no Piauí e outros estados.

Ainda segundo o delegado, os policiais que conseguiram aprovação mediante fraude, passaram a integrar o grupo e recrutavam candidatos dispostos a pagar para conseguir ter acesso a uma vaga no serviço público. O valor cobrado variava de R$ 25 mil a R$ 60 mil.

A Corregedoria da Polícia Civil aguarda a finalização do inquérito para abrir processo administrativo e pedir a expulsão dos agentes presos da instituição. Alguns dos policiais já respondiam na Corregedoria por má conduta e até mesmo homicídio.

Outras fraudes
Conforme a polícia, a Operação Infiltrados foi articulada ainda no ano passado a partir de delações de investigados na ação policial que prendeu suspeitos de fraudar o concurso do Tribunal de Justiça do Piauí. A partir das informações, foi realizada uma análise no gabarito do certame para agente da Polícia Civil, aplicada em 2012, e os beneficiados identificados.

De acordo com o delegado Kleydson Ferreira, as provas de seis candidatos foram comparadas e elas tinham o mesmo número de erros e acertos, isso foi primordial para que as prisões fossem solicitadas junto à Justiça. Além disso, a polícia também pediu a quebra do sigilo telefônico dos investigados.

Fonte: G1/CE

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