Regional
Professores são capacitados para multiplicar ensino
[caption id="attachment_1828" align="alignleft" width="600"]Treinamento de formadores dos núcleos de Iguatu e Icó. Ao retornarem aos seus municípios, os técnicos capacitarão os professores Fotos: Honório Barbosa[/caption]Experiência do Estado para alfabetização na idade certa inspirou programa federal que está em andamento. Crianças e adolescentes dominam uso de tecnologias simples de programas de comunicação e jogos em celulares e computadores. Cada vez mais, essas plataformas digitais estão nas mãos de jovens mesmo moradores de pequenos centros urbanos e na zona rural. Entretanto, esse mesmo público enfrenta enorme dificuldade para ler, escrever e interpretar textos básicos no primeiro ciclo do ensino fundamental.
Para tentar reverter essa realidade, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com os Estados e municípios, lançou o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. O programa segue experiência do Ceará que já está em andamento e tem obtido alguns avanços. Universidades Federais, Institutos Federais de Educação, secretarias de Estado e dos municípios estão mobilizadas com o objetivo de vencer o desafio do domínio da leitura e da escrita por alunos da rede municipal de ensino.
Nesta cidade, localizada na região Centro-Sul, aconteceu o treinamento de formadores dos núcleos de Iguatu e de Icó. Esses técnicos, ao retornarem aos seus municípios, terão o papel de capacitar os professores que estão em sala de aula no primeiro, segundo e terceiro ano do ensino fundamental. A formação ocorrerá ao longo do ano em todo o Estado.
Desde a década de 1970, ainda no período dos governos militares, que o Brasil discute o processo de alfabetização. Vários programas foram lançados, voltados para o público adulto e jovem. “Houve avanços, mas ainda temos enormes desafios a serem vencidos”, observou a assessora pedagógica, Eleneuda Souza. “Infelizmente, os alunos terminam o primeiro ciclo do ensino fundamental e não conseguem ler e escrever”.
A cada governo que se inicia nos Estados e no Brasil, surgem programas voltados para a melhoria da qualidade do ensino na rede pública. “Essa é uma questão que o País já discute há muito tempo, mas mudanças significativas ainda não ocorreram. Precisamos avançar e melhorar a qualidade do ensino”, observou o prefeito de Iguatu, Aderilo Alcântara.
Receita
A professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Gerarda Alves Franco, supervisora do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, no polo de Iguatu e Jaguaribe, disse não saber apontar os fatores da dificuldade de aprendizagem por parte dos alunos, mas apontou uma receita para reverter o quadro atual. “O professor, antes de tudo, tem de ser um leitor, gostar de ler e fazer isso para incentivar os alunos. É preciso despertar o interesse em sala de aula”.
A pedagoga Eleneuda Souza atribui a um conjunto de fatores políticos, sociais, familiares e econômicos para o atraso no nível de aprendizagem dos alunos da rede pública. “É preciso decisão política, investimento na melhoria da infraestrutura das escolas, na valorização dos professores e na realização de um trabalho com a família”, analisou. “Não é só o professor que vai resolver esse problema”.
As crianças e adolescentes enfrentam fatores externos que influenciam na aprendizagem. “Os jogos eletrônicos, a falta de apoio na família, que muitas vezes está desestruturada, e de espaço adequado em casa para o estudo”, disse Eleneuda Souza. “A educação sozinha não vai resolver esse problema”.
Na avaliação da pedagoga, a maioria das escolas não oferece estrutura adequada. “São unidades precárias, sem sala para o professor, sem espaço para instalação de laboratório de informática, com quadros antigos, uso de giz. O modelo é antigo para um mundo moderno”.
Na rede municipal, na maioria dos municípios, as unidades escolares apresentam estruturas antigas, faltam carteiras, merenda, não há livros para pesquisa, sem pátio para recreação, ou seja, o espaço físico das escolas é inadequado.
“É preciso haver investimento maior na Educação, pois os recursos do Fundeb estão no limite. Não há como funcionar um segundo turno de reforço escolar porque faltam salas de aula”, disse Eleneuda Souza.
Modelo
“É preciso investimento maior na Educação, pois os recursos do Fundeb estão no limite e há déficit de aprendizagem”
Eleneuda de Souza
Asse. pedagógica da Sec. Educação de Icó
” O professor tem de ser um leitor e fazer isso para incentivar os alunos. É preciso despertar o interesse em sala de aula”
Gerarda Franco
Professora da UFC e supervisora do PNAIC
Mais informações
Instituto Federal de Educação de Iguatu (Ifce)
Centro-Sul
Fone: (88) 3582. 1000
Fonte: Diario do Nordeste
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