Iguatu

Processo de Degradação Ambiental Ameaça a Lagoa da Bastiana em Iguatu

Published

on

A área urbana concentra a maior parte da população brasileira, implicando em uma crescente degradação nas condições de vida, em particular das pessoas que vivem às margens de rios e lagoas, desencadeando uma agravante crise ambiental. Dentre as principais consequências dos impactos ambientais gerados no entorno das lagoas, apontam-se: assoreamento, poluição hídrica, ocupação irregular, desmatamento, dentre outros. Nesse sentido, analisamos um trabalho, (em anexo para download), apresentado no XXIV Encontro Nacional do CONPEDI, na Universidade Federal do Sergipe UFS, no mês de junho/2015, na cidade de Aracajú. teve a finalidade de aprofundar a problemática da degradação ambiental que vem sofrendo a lagoa da Bastiana no município de Iguatu/CE. Já naquele ano a situação era muito preocupante e desde então, a realidade só se agrava.

Desde os primórdios da colonização, a região habitada pelos aguerridos Quixelôs tem sido palco de uma rica história entrelaçada com a natureza exuberante do município de Iguatu/CE. No entanto, a ocupação desordenada e ação antrópica têm ameaçado a integridade da emblemática Lagoa da Bastiana, trazendo consigo preocupações ambientais urgentes.

A história de Iguatu remonta ao século XVIII, quando o aldeamento dos Quixelôs deu origem à localidade conhecida como Telha, posteriormente renomeada como Iguatu. Os povos nativos da região, os Quixelôs e Jucás, foram os legítimos donos dessas paisagens, agora ameaçadas pela ação humana descontrolada.

A ocupação desordenada das margens da Lagoa da Bastiana tem acarretado uma série de impactos ambientais, incluindo aterramentos, desmatamentos, poluição hídrica e redução da biodiversidade. A falta de planejamento e controle por parte do poder público tem exacerbado a situação, tornando a lagoa imprópria para diversas atividades, incluindo o turismo.

Apesar dos desafios, o turismo surge como uma possível solução para os problemas sócio-econômicos em torno da Lagoa da Bastiana. Contudo, é fundamental que seja desenvolvido de forma planejada e sustentável, levando em consideração a conservação dos ecossistemas e a participação da sociedade civil.

A existência do plano diretor e a atuação da SEMURB são passos importantes, porém insuficientes. É necessário um maior engajamento do poder público, em conjunto com a sociedade civil, para reverter o processo de degradação ambiental e promover o desenvolvimento sustentável da região.

O futuro da Lagoa da Bastiana depende de ações imediatas e coordenadas. A preservação desse patrimônio natural é não apenas uma questão ambiental, mas também uma responsabilidade social e econômica. É hora de agir em prol de um futuro sustentável para as gerações presentes e futuras de Iguatu/CE.

Nós conversamos com Dauízio Silva, ativista ambiental que nos relatou que na tentativa de proteger a lagoa da Bastiana, em 1991, foi criada uma unidade de conservação, a APA da Lagoa da Bastiana.

Segundo Dauízio, infelizmente, as autoridades nunca implementaram medidas de proteção eficientes, “nem mesmo o plano de manejo e o conselho gestor, que são obrigações por lei, chegaram a ser implantadas nesses 33 anos de existência da unidade.” Disse o ativista.

Na contramão da preservação, houve várias iniciativas para ocupar as margens e a lagoa em si. Com ações de construção e aterramento tanto da iniciativa privada quanto do poder público. A tentativa de urbanização mais recente foi iniciada em 2016, mas foi barrada pelo movimento de defesa ambiental, Faça Parte. Em 2021 às obras foram iniciadas em uma nova área da lagoa e novamente, um movimento de defesa ambiental, o SOS BASTIANA, tenta manter a área em preservação, e a luta continua até hoje.

Dauízio destaca que, além da Apa da lagoa da Bastiana, foram criadas mais duas APAs: a da lagoa do Cocobó e a da Lagoa do Julião, ambas em 2021. “No entanto, não tem plano de manejo ou conselho gestor e ocorrem tanto loteamentos como a absurda construção de dois postos de gasolina dentro da unidade de conservação do Cocobó.” Afirma ele.

2015 – ANÁLISE DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NA LAGOA DA BASTIANA (MUNICÍPIO DE IGUATU/CE)

EM ALTA

Sair da versão mobile