Ceará
Primeiro fóssil de borracha vegetal do mundo é encontrado no Cariri
Pesquisadores da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, descobriram o primeiro fóssil de borracha vegetal do mundo. O material, de aproximadamente 110 milhões de anos, pertence à espécie Welwitschiophyllum e foi encontrado na bacia do sedimentar do Araripe, na Formação Crato, no Cariri cearense. A região possui a maior reserva a céu aberto de fósseis do Período Cretáceo do planeta.
Segundo Emily Roberts, responsável pela descoberta, essa ‘jóia’ é única, pois, diferente do âmbar, que é feito de resina de planta fossilizada, essa substância é feita de goma da planta fossilizada. Até então, acreditava-se que esse material não sobreviveria aos processos de fossilização, pois suas propriedades são solúveis em água.
A descoberta permite acreditar que há outras substâncias em plantas fósseis podem ter sido interpretadas erroneamente como âmbar, por causa da sua coloração sem confirmação química. “Ele abriu nossos olhos para o fato de outros produtos químicos de plantas também podem ser preservados – não podemos mais apenas fazer suposições. Isso apenas mostra que as plantas fósseis podem nos surpreender”, afirmou a pesquisadora em comunicado.
Esta descoberta também aproxima o continente africano da América do Sul, já que uma espécie da mesma família da Welwitschiophyllum, que é considerada uma das plantas mais antigas e enigmáticas existentes, foi encontrada no deserto de Namibe, na Namíbia e no sul de Angola. “Suas descobertas confirmam que a planta Welwitschia encontrado na África hoje produz uma goma semelhante a uma planta que cresce 110 milhões de anos atrás no Brasil”, exaltou o co-autor da pesquisa, David Martill.
Divergência
Este material que serviu para a descoberta, segundo o paleontólogo Álamo Feitosa, da Universidade Regional do Cariri (URCA), foi coletado entre a década de 1990 e início dos anos 2000, quando havia menos controle de fiscalização. “Na época, não havia esse resgate ostensivo nas minas, que ainda é insuficiente”, admite. Apesar de achar importante o estudo, o pesquisador lamenta que estes fósseis tenham saído do Cariri. “O Martill tem material para trabalhar por pelo menos 30 anos. Ele levou muito material bom daqui”, adverte.
Álamo acredita que, nos próximos anos, haverá novas descobertas pelo mundo afora, a partir dos fósseis da Bacia do Araripe. “Acho importante que estudem, mas que depositem aqui. Por que esse material não está aqui?”, provoca o pesquisador. Para ele, é importante não só lutar para repatriar este material, mas criar uma agenda para mantê-lo no Cariri.
Fonte: Diário do Nordeste
-
Ceará2 semanas atrásCeará sanciona lei que impede bloqueio de celulares por inadimplência
-
Iguatu1 semana atrásIguatu é acionado na Justiça por falhas em repasses de consignados; bancos terão que apresentar relatórios
-
Cultura2 semanas atrásMinistério da Cultura, Fundação Raimundo Fagner e Grupo Três Corações apresentam nova produção cênico-musical inspirado em Dom Quixote em Fortaleza e Orós
-
Ceará2 semanas atrásHelicóptero realiza pouso de emergência e passageiros são assaltados no Ceará
-
Noticias2 semanas atrásDistribuição do vale-recarga de gás de cozinha começa nesta segunda (24); veja quem pode receber
-
Noticias2 semanas atrásLula retorna ao Ceará para lançar Polo Automotivo e dar início à produção do Chevrolet Spark
-
Mundo1 semana atrásVulcão na Etiópia entra em erupção pela primeira vez em milhares de anos
-
Noticias1 semana atrásVoos internacionais são suspensos na Venezuela após alerta sobre intensificação militar

