Economia
Presidente da Fecomércio-CE diz que 2015 será nulo para economia
O Brasil atravessa um momento conturbado na economia, com medidas econômicas de ajuste e equilíbrio fiscal do governo, tendo, entre elas, a forte carga de juros, aumento de impostos, inflação alta, entre outros. Uma das dificuldades está, principalmente, na questão energética, onde pesa o déficit de R$ 17,8 bilhões, a crise do abastecimento, reajuste anual tarifário, além da cobrança de bandeiras tarifárias. Tudo isso, somado, implicará aumento médio de 40% nas contas de luz este ano.

O Brasil atravessa um momento conturbado na economia, com medidas econômicas de ajuste e equilíbrio fiscal do governo, tendo, entre elas, a forte carga de juros, aumento de impostos, inflação alta, entre outros. Uma das dificuldades está, principalmente, na questão energética, onde pesa o déficit de R$ 17,8 bilhões, a crise do abastecimento, reajuste anual tarifário, além da cobrança de bandeiras tarifárias. Tudo isso, somado, implicará aumento médio de 40% nas contas de luz este ano.
Diante desse cenário, o presidente da Fecomércio-CE (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará), empresário Luiz Gastão Bittencourt da Silva, em visita ao jornal O Estado, fez um apanhado acerca dos rumos do País, e seus reflexos para a economia. “Sabemos que este será um ano de ajustes e, por isso, poderá trazer crises setoriais”, atenta o dirigente. “No comércio como um todo, quando há esses ajustes, o consumidor freia um pouco (o consumo) e parte para as prioridades. Vamos ter, embora pequeno, um crescimento (no comércio cearense)”, acrescentou Gastão.
AVALIAÇÃO
O dirigente ressaltou que o Nordeste, como um todo, teve um crescimento acima da média nacional, nos últimos anos. E, diante das medidas econômicas do governo, e com a ascensão da Europa, hoje – após quatro anos de crise –, “vamos ter, nesse tempo de aumento de juros, uma entrada de capitais (estrangeiros) que vai favorecer (a economia), mas esse ano a tendência é que o crescimento seja nulo também”, asseverou. “O próprio ministro da Fazenda se corrigiu, ao afirmar que haverá recessão no primeiro trimestre deste ano. Temos, ainda, um alto nível de endividamento das famílias, e pesquisas têm mostrado que a maior preocupação do brasileiro é com a inflação, que não deixa de estar interligada, também, com a questão de governança, e de gestão”, ponderou o empresário.
Ao falar sobre o ano de 2014, no Ceará e no Nordeste como um todo, o dirigente observou que ambos foram beneficiados com a movimentação de recursos dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. “Por conta disso, houve e vem havendo um crescimento maior no consumo, e criou-se uma classe média por uma série de outros investimentos”, destacou Bittencourt. Ele acrescenta que a participação do setor privado, nos diversos espaços, principalmente no setor de comércio e serviços – em que, só no ano passado, muitas novas lojas, novos shoppings e oportunidades de emprego abriram aqui – gera renda e, quando isso se aumenta a renda na cidade, ela circula.
CRISE ENERGÉTICA
O dirigente afirma que o setor energético está passando por uma grande crise. “Eu diria que isso é fruto da falta de planejamento, visão de futuro e de responsabilidade do governo”, ressaltou. “Temos o custo da energia hidráulica, eólica, nuclear e termelétrica, que são custos totalmente diferentes e necessários para se complementarem. Sabemos que o custo mais barato são as hidrelétricas, mas quantas foram construídas nos últimos anos? Não há planejamento, e o governo, por falta de investimentos, acaba comprando mais caro, e quem acaba pagando a conta somos nós, consumidores”, argumenta Luiz Gastão.
“O que acontece, infelizmente, é que o governo busca tirar imposto dos mais simples – como na conta de luz e combustível, que é o que impacta em toda a sociedade – e, em alguns setores, não se consegue ter de volta. Existem algumas incongruências em nosso sistema tributário nacional que precisam ser revistas, reanalisadas. Precisamos não só apensas de uma reforma, mas de uma concepção de um modelo de gestão”, acentuou o dirigente.
EXPECTATIVAS
Ele adianta que, setorialmente, 2015 será um ano de desafios. “O setor atacadista acaba tendo um poder maior de se resolver do que o varejista, que tem uma limitação a mais de ação, e vai sofrer mais. O setor varejista vai ter que trabalhar muito mais próximo de sua clientela. Não só no comércio de bens, mas também no comércio de serviços, temos que estar o tempo todo nos reinventando”, observou Luiz.
Por outro lado, Gastão avaliou as medidas econômicas, embora tardias, como positivas. “São boas, e temos sorte, pois a comunidade europeia está despejando recursos em outros países europeus, o que deve reaquecer a economia deles”, ponderou. “Há uma liquidez enorme no mundo, mas quem tem dinheiro quer, a princípio, aplicar. E, com o aumento da taxa de juros, o Brasil passa a ser atrativo para esse investimento. Então, muita gente virá aqui e vai trazer investimentos para cá”, estima o empresário.
Ele estima ainda que a inflação deva chegar a 7% este ano, explicando que o País atravessa uma inflação de ajustes. “Há inflação de demanda e outra de custo. Como nós tivemos uma série de custos reprimidos, a inflação que temos, agora, não é pelo excesso de demanda, mas de custos para recompor os investimentos das empresas. Por exemplo, agora que o barril de petróleo despencou, não precisava aumentar a gasolina. Mas, o valor que estamos pagando agora é por conta do tempo em que a Petrobras ficou subsidiando a gasolina. Quando não se toma uma medida na hora certa, isso vai se refletir lá na frente”, afirmou o presidente da Fecomércio-CE.
Brasil perdeu oportunidade de crescimento
Para o presidente da Fecomércio-CE, a intensa discussão em torno do PIB, vem de uma necessidade que ele acredita ser premente do governo em rever e reestruturar em termos de suas contas. “O governo continua sendo perdulário, gastando mais do que deve, investindo mal e sem preocupação. Quem paga essa conta somos nós. O Brasil perdeu uma oportunidade grande de crescer e se estabilizar por conta disso e, infelizmente, estamos com outro problema que é o da Petrobras”, disparou o Luiz Gastão. Ele citou, também, as mudanças anunciadas com relação às regras do seguro-desemprego, uma vez que a presidente Dilma Rousseff tinha prometido não mexer com o direito dos trabalhadores brasileiros e já tem feito algumas alterações.
PETROBRAS
Falando sobre a crise da Petrobras, Luiz Gastão lembra que a estatal vinha comercializando gasolina mais barato do que estava comprando. “Independente do rombo (com a corrupção), isso jamais poderia ter acontecido”, defendeu o empresário, acrescentando que, mesmo com o recorde da extração de petróleo, no ano passado, a estatal continuou importando combustíveis e vendendo-os, no mercado interno, abaixo do valor de compra no exterior. Ele também lamentou a não construção da refinaria no Ceará. “Infelizmente, a questão da refinaria era um dos atos que o governo federal usava para ganhar votos, já sabendo que não iria executá-la. Além disso, o Governo do Estado investiu uma quantia elevada de recursos, que poderiam ter sido aplicados e outros projetos, repercutindo positivamente na vida dos cearenses, como por exemplo, ações para minimizar os efeitos da seca”, advertiu.
O dirigente observou que a economia mundial vem, há muitos anos, sendo feita a reboque do petróleo, e que o número de países produtores e locais de extração aumentaram mais do que a demanda. “No caso específico nosso, nossa maior empresa – que deveria ser uma das maiores do mundo –, por conta da má gestão, está fadada a, possivelmente, ter uma perda incalculável e não se sabe nem se ela se salva. Eu, como empresário, não sei se ela continuará sendo viável”, lamenta o presidente da Fecomércio-CE. “Detalhe: ainda não começamos a indenizar os investidores internacionais”, lembrou o empresário, dizendo que alguém vai pagar pelos prejuízos acumulados na estatal. “E nessa hora, se não privatizar, a Petrobras acabará sendo vendida para sanar os problemas dela. Não existe mágica”, finalizou Luiz Gastão.
Fonte: O Estado CE
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