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Medicina em Iguatu: quem ganha mais com isso? Por Jan Messias
A recente notícia da aprovação de um curso de medicina para Iguatu e mais 6 cidades tem movimentado o cenário político local, com muita mídia feita em torno do caso para a situação e, um pouco menos, para a oposição. A aprovação foi um dos últimos atos do governo Dilma Rousseff, tendo como ministro Aloizio Mercadante.
Está faltando ratinho para o tanto de pai que apareceu aqui para essa aprovação, segundo a velha prática de ganhar mídia com trabalho e ideia alheia.
Mas vamos aos fatos: sim, essa ideia de trazer, não só a faculdade de medicina, mas universidades para Iguatu, já era levantada por José Ilo Dantas.
O deputador Agenor Neto realmente correu atrás dessa faculdade para cá, transitando e dialogando bastante com o PT que ele e seus comensais tanto demonizam.
Para cada passo desses, fosse reunião, encontro em evento ou outra ocasião qualquer, matérias e mais matérias para blogs e rádio sobre a difícil e quixotesca luta por uma faculdade de medicina.Em uma pesquisa rápida é possível encontrar fotos dele ao lado de José Guimarães, Aloizio Mercadante, Camilo, Lula, Dilma e outros. Para cada uma dessas conversas se gerou muita mídia, como é do feitio do grupo e como sabemos ser parte da política.
Outro fato que parecem ignorar é que o que houve foi a aprovação da instalação de um curso particular de medicina.
Daqui até o dia da primeira aula ainda teremos muito tempo e muitas outras matérias, entre fatos e boatos, sobre a tal faculdade.
Ainda nos resta esperar pelo grupo que traga esse investimento ( alto). Pelo histórico recente de Iguatu parece que a cidade mais afasta do que atrai investidores (CLIQUE AQUI). Também é válido lembrar que os investidores poderão escolher entre Crato, Crateús, Quixeramobim, Quixadá, Russas, Itapipoca e Iguatu.
O me chama a atenção é o alarde que se faz sobre isso nesses dias de pré-campanha.
De súbito a cidade, para a situação e os seus, parece respirar aliviada, parece ter alcançado o sonhado sucesso e ter iniciado uma nova era anunciada em rádios e evangelhos.
O hospital regional não tem dipirona?
E daí? Temos a faculdade de medicina!
A cidade não conta com saneamento básico?
E daí? Temos a faculdade de medicina!
O lixão nos envenena e nos envergonha?
E daí? Temos a faculdade de medicina!
A cidade não atrai investimentos!
E daí? Temos a faculdade de medicina!
Iguatu não gera empregos!
E daí? Temos a faculdade de medicina!
A lista poderia encompridar o texto, mas creio que qualquer iguatuense já deve estar acostumado com essa situação e com esse modelo de trabalho e política.
A faculdade de medicina, quando vier, certamente trará benefícios para a cidade, com estudantes contribuindo com a saúde local e prestando auxílio à comunidade, com estudantes de bom poder aquisitivo injetando dinheiro na economia, com profissionais empregados no empreendimento.
No entanto, até o dia incerto da chegada dessa faculdade, quem mais se beneficia são os políticos que fazem uso disso para ganhar sorrisos, simpatia e votos.
Para o povo, que sempre dá mais e ganha menos, resta a espera, a esperança e a realidade dura das ruas tortas da terra da telha.
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