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Mais da metade da caatinga no Nordeste está sem cobertura vegetal

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Estudo aponta que 55% da vegetação foi devastada na Região. Quase a totalidade do território do Ceará está dentro da zona em perigo de desertificação.

A maior parte do território de caatinga no Nordeste está sem cobertura vegetal original. Ao todo, 55% da vegetação foi devastada totalmente ou substituída para outra finalidade, como o uso do agronegócio. Os dados foram apresentados na manhã de ontem, durante a II Conferência da Caatinga, evento que segue até hoje, no auditório da Assembleia Legislativa do Ceará.

Segundo José Otamar de Carvalho, consultor de Planejamento Regional em Recursos Hídricos e Desenvolvimento Sustentável no Semiárido, o Ceará está em uma situação difícil porque grande parte de seu território está sujeito à desertificação. “Isso é resultado de degradação ambiental, mas há um esforço grande por parte do Estado em se tornar uma referência”, pondera o pesquisador, que ministrou a palestra “Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade”.

Uma das medidas apontadas por José Otamar para possível mudança foi a regulamentação do Parque Estadual do Cocó, em junho de 2017. “É um exemplo da atuação da Secretaria do Meio Ambiente (Sema). No entanto, tudo é possível mudar. Deve ser constituído num processo e trabalho contínuos e ininterruptos”. Um programa de recuperação, por se tratar de induzir à vegetação natural, é bem mais difícil de fazer, de acordo com o pesquisador.

O Programa Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil foi criado para atingir modelos de governo com participação e gestão sustentável de recursos naturais. Membro da Unidade de Desenvolvimento Sustentável do programa, Rose Diegues avalia que o “desenvolvimento econômico, a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável ambiental estão totalmente interligados”.

Segundo ela, o programa quer fortalecer serviços do ecossistema que sejam efetivos, com a proposta de territórios integrados e inclusivos.

Para isso, ela sugere que se contemple o manejo sustentável de terras indígenas, planos de gestão de riscos e desastres junto aos governos locais; e o aumento da capacidade técnica de atores comprometidos com a Agenda 2030, junto ao fortalecimento do poder de resiliência das populações vulneráveis.

Segundo Rose Guedes, o Nordeste tem muitas situações distintas e é necessário discutir as políticas ambientais em todo o País para que a população seja integrada nas discussões. E perceba a interferência que as mudanças climáticas e ambientais vão trazer ao seu cotidiano.

Fonte: O Povo

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