Maioria dos candidatos a prefeito apoiados por Bolsonaro não vai para o 2º turno

Dos 13 candidatos a prefeito que receberam apoio público do presidente Jair Bolsonaro, apenas dois deles – 15,38% do total – vão para o segundo turno das eleições de 2020. São eles: o candidato do Republicanos à prefeitura do Rio, Marcelo Crivella, e o candidato do Pros à prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner.

Bolsonaro tem pedido votos a alguns candidatos desde 7 de novembro, quando anunciou que faria um “horário eleitoral gratuito” nas lives que transmite pelas suas redes sociais.

Até quinta-feira (12), o presidente manifestou apoio a 58 candidatos – sendo 13 a prefeito, 44 a vereador e um ao Senado pelo estado de Mato Grosso.

Dentre os nomes apoiados por Bolsonaro estão o candidato do Republicanos à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, e o atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), que é candidato à reeleição.

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, Russomanno foi derrotado: até a publicação desta reportagem, ele tinha recebido 10,50% dos votos válidos e ficou em quarto lugar na disputa pelo executivo. No Rio, segundo maior colégio eleitoral do Brasil, Crivella obteve 21,90% dos votos válidos (576.825 voto) e vai disputar o segundo turno com o ex-prefeito e candidado do DEM, Eduardo Paes, que teve 37,01% dos votos (974.804 votos).

Além de Crivella, outro candidato que recebeu apoio do presidente e vai disputar o segundo turno foi Capitão Wagner, candidato do Pros à prefeitura de Fortaleza.

O presidente declarou ainda apoio a seis candidatos a prefeito em cidades com menos de 200 mil eleitores – onde, pela Constituição, não há segundo turno. Nesses lugares, dois dos nomes apoiados por Bolsonaro foram eleitos – o que corresponde a 15,38% do total de candidatos para quem Bolsonaro pediu votos. Quem venceu a eleição no primeiro turno foram o candidato do DEM à prefeitura de Parnaíba (PI), Mão Santa, com 68,34% dos votos válidos (52.075 votos); e o candidato do PSL à prefeitura de Ipatinga (MG), Gustavo Nunes, com Os outros cinco foram derrotados.

Dos 13 candidatos a prefeito que receberam apoio público de Bolsonaro, seis são da região Sudeste, onde ficam os maiores colégios eleitorais do país; cinco são do Nordeste; um do Sul e um da região Norte do Brasil. O presidente fez campanha para candidatos de seis capitais brasileiras: Russomanno, de São Paulo; Crivella, do Rio; Delegada Patrícia, do Recife; Bruno Engler, de Belo Horizonte; Capitão Wagner, de Fortaleza; e Coronel Menezes, de Manaus.

PARLAMENTARES

Dos 44 candidatos apoiados por Bolsonaro, apenas 9 tinham sido eleitos na votação neste domingo até a publicação desta reportagem – o que corresponde a pouco mais de 20% do total de indicações feitas pelo presidente.

Dentre os eleitos estão Carlos Bolsonaro, filho do presidente, que foi eleito pelo Rio de Janeiro, e Paulo Chuchu, amigo de Eduardo Bolsonaro, e que foi eleito vereador pela cidade de São Bernardo do Campo, na grande São Paulo. O mais votado dentre os indicados pelo presidente foi Carlos Bolsonaro, com 71.000 votos.

Bolsonaro deu preferência a manifestar apoio para candidatos do Nordeste. Durante as lives, ele pediu votos a 27 candidatos nordestinos, oito candidatos da região Sudeste, seis da centro-oeste, dois da sul e apenas um da região norte.

CANDIDATURA SOLTEIRA

Em todas as lives, o presidente também pediu votos para a candidata do Patriota ao Senado, Coronel Fernanda. Na votação deste domingo (15), a candidata, que é evangélica, foi derrotada. Ela recebeu 20,44% dos votos válidos.

Fernanda disputou a vaga por Mato Grosso, único estado que teve que escolher um substituto para o lugar da ex-juíza Selma Arruda (Podemos), cassada em abril no ano passado por caixa 2 e abuso de poder econômico.

Fonte: SBT Jornalismo