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Investigados pelo STF, canais bolsonaristas no YouTube faturaram R$ 647 mil, estima consultoria

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Um levantamento da consultoria Quaest estima que 12 canais bolsonaristas de YouTube, investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito dos atos antidemocráticos, faturaram ao menos R$ 647 mil nos últimos três meses com a ferramenta de monetização de anúncios da plataforma. De acordo com a Folha de S. Paulo, os canais “Foco do Brasil” e “Folha Política” estão no topo de faturamento arrecadando R$ 196 mil e R$ 164 mil, respectivamente.

Aparecem na sequência os canais “O Giro de Notícias” e “Terça Livre”, com ganhos estimados em R$ 95 mil e R$ 64 mil só no YouTube. O cálculo realizado pela consultoria considera o dólar a R$ 5,45 e as métricas informadas pelo próprio YouTube.

Presa em operação da Polícia Federal relacionada à investigação, Sara Winter faturou R$ 4.400 no período. Ainda em junho, ela ganhou o direito de cumprir prisão domiciliar sendo monitorada por uma tornozeleira eletrônica.

O jornalista Oswaldo Eustáquio, que segue preso, levou R$ 13,5 mil. O inquérito mira participantes de atos em apoio à intervenção militar e busca rastrear como os grupos se financiam para propagar ideias antidemocráticas.

“O financiamento da política está sendo feito com a construção de conteúdos”, diz o cientista político Felipe Nunes à Folha. Ele é professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor da consultoria Quaest.

Plataforma responde


Em nota, o YouTube afirma que não comentará a investigação, que está sob sigilo. Sobre a publicação de manifestações antidemocráticas, diz ser uma plataforma de vídeo aberta, na qual qualquer conteúdo está sujeito a revisão de acordo com as diretrizes da comunidade.

“Quando não há violação à política de uso do produto, a decisão final sobre a necessidade de remoção do conteúdo cabe ao Poder Judiciário, de acordo com o que estabelece o Marco Civil da Internet”, completa.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES) diz que o projeto de lei das fake news, do qual é um dos autores, tratará disso apenas indiretamente em um primeiro momento. “A exigência de transparência total sobre patrocínios ajuda a desarticular as redes, mas vamos precisar debater conteúdo no futuro”, afirma.

Ele diz que não houve consenso sobre a inclusão do tema no PL porque receberam reclamações da direita e da esquerda sobre possível viés ideológico ou interesse comercial na checagem. “E não aceitamos a criação de mecanismo estatal de verificação dos fatos”, completa.

Fonte: O Povo

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