Iguatu
Feira livre de Iguatu mantém tradição e atrai consumidores
O vai-e-vem é intenso de compradores vindos de vários bairros e da área rural. A feira livre existe aos sábados desde a década de 1950, mas no passado funcionava em outra rua paralela. A partir da construção do Centro de Abastecimento em fins da década de 1960, acompanhou a mudança de endereço, onde permanece nos dias atuais.
“A feira de Iguatu já foi bem mais movimentada porque naquele tempo as pessoas que moravam no campo só vinham um dia por semana, aos sábados, para a cidade”, lembra um dos feirantes mais antigos, Aldivan Dias. “Não havia transporte todos os dias como agora”.
Outro fator que contribui para a diminuição da quantidade de compradores é a abertura de lojas nos bairros e nos distritos. “Cada lugar tem sua vida própria comercial”, observa o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Iguatu, José Mota Luciano.
A CDL, a Associação Comercial e a secretaria de Desenvolvimento Econômico e Empreendedorismo do município levantamento sobre os negócios realizados, o volume de vendas em média na feira livre.
A realização de feira é uma tradição que remonta à Idade Média e está associada à formação dos antigos burgos, cidades, na Europa, na troca de produtos, compra e venda de mercadorias. O Brasil manteve o modelo, vindo pelo colonizador português. No espaço, as pessoas satisfaziam suas necessidades por gêneros alimentícios, novidades oriundas dos artesãos e por produtos industrializados: perfumes, tecidos (cortes de fazenda), calçados.
Nas cidades do Interior, a realização da feira livre caracterizava-se por ser um dia festa, encontro de pessoas, socialização e circulação de dinheiro com os negócios realizados. Havia cordelistas, cantadores, sanfoneiros. “A modernização modificou hábitos e costumes”, observa o urbanista e arquiteto, Paulo César Barreto.
Agricultura familiar
Na feira livre de Iguatu predomina a venda de frutas, verduras, cereais e grãos oriundos da agricultura familiar. Há uma divisão. De um lado, ficam os feijoeiros. Do outro, aqueles que vendem farinha e mais à frente, as bancas repletas de frutas da época, verdura, feijão verde, jerimum, ovo e galinha caipira.
Há barracas com confecção, outras com ferragens e artigos de couro. “É um misto de oferta de produtos”, observa Barreto. Na traseira de uma antiga rural mantêm-se a tradição de se fazer pasteis. Há carrinhos com moenda para extrair o caldo da cana-de-açúcar. Outros trazem produtos de artesanato em tecido e há até um brechó.
Aldivan Dias de Oliveira, 75 anos, tem uma história de 51 anos que trabalha como feirante em Iguatu. “Comecei vendendo tecido, confecção, depois passei para abacate e agora estou com chapéu e ferragens agrícolas (chibanca e foice)”, contou. “Nos anos de 1980 adquiri uma Kombi, onde guardo e comercializo os produtos”.
Antonieta de Moura, 72 anos, há 47 anos está na feira e já chegou a ter uma loja no centro comercial. “Sempre gostei de trabalhar com confecção e alumínio”, disse. “Isso aqui é minha vida, é o meu lazer”. Aldivan, Antonieta e outros estão aposentados, mas continuam firmes, marcando presença na feira de Iguatu.
A dona de casa, Antonia Alves, costuma todos os sábados fazer compra na feira local. “A gente encontra amigas, tem produtos fresquinhos e preço bom”, disse. A atriz amadora, Claudinha Galeno, é frequentadora semanal do espaço. “Procuro novidades, há possibilidades de comprar bons produtos com um preço melhor do que nas lojas”, justifica. “O que eu lamento é a desorganização das barracas e a falta de padronização”.
A banca de dona Gorete Melo, 62 anos, é repleta de condimentos, raízes e folhas para preparar remédios caseiros e temperos. São 30 anos de feira livre. “É uma vida”, afirma em meio ao leve sorriso. “Quero ficar aqui até o dia que puder vir trabalhar”. Com cuidado, arruma os produtos e espera a chegada de clientes. “Tanto faz vender ou não, eu estou aqui todos os dias, graças à Deus”.
Margarida Duarte, 62 anos, começou a trabalhar na feira aos 19 anos. “Isso aqui é meu divertimento”, disse. “Vim da roça com meu pai e mãe e começamos a vender na feira e fomos ficando”.
Fonte: Diário Centro Sul
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