Artigo

Entre Olhares: Sátira, comédia e realidade “à brasiliense”…

Published

on

Antoine Rault, escritor francês, é o autor da peça “Le Diable Rouge”. Dendividar-seentre os diversos diálogos da peça teatral, um é estarrecedor por sua atualidade e “mera coincidência” com a realidade atual do Povo Brasileiro. A conversa se dá entre Colbert e Mazarino, dois personagens da trama:

“Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço (Colbert)”.

O Superintendente Mazarino faz a seguinte digressão: “ Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas e não consegue honrá-las, vai para a prisão. Mas o Estado é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então ele continua a endividar-se. Todos os Estados o fazem!”

O interlocutor do superintendente fica abismado! Neste momento então faz a seguinte réplica:
“Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis. Já não podemos mais lançar mais impostos sobre os pobres. Seria sobre os ricos?”.

Sarcasticamente o superintendente dá uma risada e complementa:

“Não! Eles parariam de gastar. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres. Tu, Colbert, pensas como um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres que trabalham sonhando em enriquecer e morrem de medo em empobrecer. É sobre eles que devemos lançar mais impostos. Quanto mais lhes tirarmos, mais trabalharão.

Trata-se de um reservatório inesgotável: A CLASSE MÉDIA!”.

Este diálogo ocorreu durante o reinado de Luís XIV, no Século XVIII, há quase 400 anos. Contudo, temos a impressão de se tratar de uma escuta telefônica ou uma gravação clandestina de uma conversa entre o nosso presidente Michel Temer e o seu ministro da Fazenda Henrique Meireles. Acredito que em tempo algum em nosso país vivenciamos tamanho escárnio da população brasileira como estamos vivendo neste momento.

Enquanto a fanfarra distributiva do dinheiro público anima os conclúios sub-reptícios nos corredores palacianos de Brasília, Universidades estão agonizando e paralisando as suas atividades. Centros de pesquisa também estão engrossando as fileiras. Bolsas raquíticas e minguadas estão deixando de ser pagas até mesmo aos iniciantes do mundo científico. É o maior desmonte já perpetrado contra a intelectualidade nacional.

Impedir investigações a respeito do óbvio, blindando e colocando acima da Lei contraventores contumazes, é um achincalhamento do verdadeiro Estado de Direito, suas Instituições Constitucionais e o seu Povo. Sátira, comédia ou, por que não afirmar, TRAGÉGIA tupiniquim à brasiliana está diferindo em quê ou do quê ao nos depararmos com a triste ditadura sanguinolenta e de carnificina que está sendo subjugado o Povo Venezuelano?

EM ALTA

Sair da versão mobile