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Empresa responsável, vereadores e comunidade debatem extração de minério

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Na terça-feira, 22, vereadores receberam membros da empresa Milgran Indústria e Comércio de Granitos Ltda, secretário de Meio Ambiente, Conselho Popular do distrito de José de Alencar e população de modo geral, para discutir as atividades da empresa de mineração ocorridas em meados de abril, que vinham gerando preocupação e manifestação da própria região, motivadas pelo fato de que a intervenção podia causar danos físicos nas imediações e até mesmo risco à saúde da população local.

A intervenção da empresa ocorreu na Serra dos Morais, próxima à barragem do ‘Açude do S’ no distrito com a retirada de dois blocos para análise mercadológica. Os moradores e Conselho Popular, na época temendo que a ação com fins de lucratividade ameaçasse a tranquilidade, o ambiente com explosões, colocando em risco a barragem, construída há décadas, o solo que conta com lençol freático e um poço que serve a região, conseguiram que as atividades fossem interrompidas.

O sócio proprietário da empresa com sede em Sobral, Manoel Camelo, ressaltou que a Milgran Indústria estava respaldada por licença de pesquisa mineral e para uma futura extração de granito emitida pela SEMACE e um termo de anuência da Prefeitura, mas optou por paralisar as atividades diante do valor sentimental do lugar para a localidade. Manoel explicou em pronunciamento a importância das extrações de minério para o mundo, o histórico da empresa no estado e o projeto iniciado no distrito. “Fizemos um alto investimento. Infelizmente só podemos minerar onde o produto está. Respeitamos sempre o lugar, a prova foi que a insatisfação causada pela nossa presença me fez parar de imediato as atividades de extração”, afirmou.

Manoel garantiu ainda que não haverá mais intervenções no local e que uma visita na região será realizada para esclarecer aos demais moradores os termos do empreendimento, seus objetivos, operações e perspectivas reais.

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano – (SEMURB) de Iguatu, por meio do titular da pasta Marcos Ageu, explicou como se dá o processo de licença iniciado pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e que não havia poder de impedimento do município. “Nosso plano diretor nos obrigar a liberar a anuência. Mas a liberação para extração definitiva cabe sempre ao DNPM e SEMACE, nos foge o poder de impedimento”, disse Marcos.

O alencarino Nildo Matos disse que um dos motivos de preocupação é no impacto direto que essa atividade teve sobre a barragem feita no início do século passado, e que pode ser considerada patrimônio do local. “Com a retirada de dois blocos, a serra já perdeu seu brilho. A intervenção em nome do progresso já nos causou prejuízos ambientais irreparáveis num único ponto que alencarino se orgulha”, disse Nildo.

Área de Proteção

Para proteger a área é trabalhada junto aos parlamentares a possibilidade também de transformar o local afetado numa APP (Área de Preservação Permanente) por meio de projeto de lei que promete ser levado a casa pelo próprio grupo do distrito na Câmara. Por ser um ambiente cercado de água, necessitaria tão somente de uma georreferenciamento. Desejo ainda do grupo é de se concretizar a luta ambiental transformando a longo prazo a serra, que recebe aventureiros que desfrutam da trilha, numa Área de Proteção Ambiental (APA).

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