Dia-a-Dia com Maria

Dia-a-dia com Maria: Livro: Ouro que não é de tolo

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Não concordo muito com essa classificação literária de “Infantil” como se fosse uma peça adequada para um molde em miniatura. Não! E nem foi com tais olhos que José Bento Monteiro Lobato destinou sua atividade de escritor para crianças. Nelas, ele viu uma possibilidade de alicerçar a conscientização, implantando ideias de participação, de direito de opinar, de vez e voz, de informação sem truculência, diga-se até que foi o precursor da literatura infantojuvenil brasileira,criador e criador do famoso Sítio do Picapau Amarelo, cujas personagens povoam o imaginário infantil.

Quem nunca ouvir falar na boneca Emília, na menina Narizinho e seu primo Pedrinho? Sem falar da vovó da família, a Dona Benta, Tia Nastácia — cozinheira de mão cheia —, entre outros moradores do famoso sítio criado por Lobato?!

Neste dia 02 de setembro, quero falar aos adultos, pais, a nós professores em exercício ou aos licenciados que desempenham outras atividades diferentes da formação sobre a responsabilidade que mantemos nos ombros de bem conduzir a garotada ao mundo dessa arte – Literatura.

A leitura não serve apenas para preencher possíveis lacunas de conhecimento a serem cobradas nos exames seletivos, vestibulares… por essa via pode-se, senhores, enaltecer o entendimento humano, permitir/fazer brotar ou jorrar na alma do leitor o senso crítico, a prevalência de uma opinião.

O ato de ler envolve interação: autor e leitor fazem perfeita sincronia, mesmo que os subjetivismos divirjam, não pedalem em paralelos, ou seja, posso escrever querendo dizer algo e que, na mente receptiva do leitor, o que eu tentei expressar torne-se bem melhor elaborado, enriquecido.

Incentivemos os pequenos à leitura, tentemos motivá-los contando-lhes histórias.

Não tive tantos livros acessíveis na infância até os oito anos, pelo menos, tempo em um tesouro caiu em minhas mãos.

No grupo onde eu estudava no Sítio Faé- Quixelô, havia uma estante de frágil material que teve um dos pés arreados, nisso, os livros caíram ficando num desarrumado propício a vermos as capas… Nascera meu grande deslumbre na vida. Queria tê-los, sentia por eles amor e o ânimus bem situado como o de apropriação indébita… Desejava tais exemplares e o que sorvi daquelas leituras foram determinantes para saber que meu destino não podia ser apenas a capoeira de algodão ou a vazante de feijão, nosso nascente e poente da simplicidade. Eu queria viajar e muito viajei com leituras. Nessa época, conheci “Arrelia”, “Branca de Neve”, “Cinderela”… Imaginava-me até sendo uma delas em versão sertaneja, com um pedaço de vara de cerca espancando meus algozes (kkkk). Fui conhecendo figuras que passaram a patrocinar minha índole de criadora de personagens, não tanto infantis, mas a querer ser matriarca de uma nação fictícia, e tenho alguns deles criados como ‘Doutor Anaconda’, ‘Cicinha’, ‘Franco Carreirão’.
Por fim, acredito que as coisas possam ser renovadas de modo menos agressivo, vistas de uma forma que a maestria e o labor literários possam propiciar.

Incentivemos as crianças à leitura, pois, um bom leitor ver o mundo de forma diferente e compõe esse mundo com notas musicais de vida plenificada.

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