Dia-a-Dia com Maria
Dia-a-Dia com Maria: Falando de Mulheres
Falar de mulher nunca foi fácil, nem o será, tendo em vista ser a criatura possivelmente mais complexa do universo.

Falar de mulher nunca foi fácil, nem o será, tendo em vista ser a criatura possivelmente mais complexa do universo.
Segundo a metáfora da Criação, provinda da costela de Adão, ou seja, embora elaborada pela suprema genialidade, exigiu para a composição que o pedaço de um ser já pronto (pobre Adão) fosse arrancado. E se fez até mais aprimorada, ouvidos e olhos mais atentos, ligeira em passos e curiosa
em excesso. E, ao ser-se, ouve as recomendações do seu Senhor e prefere conferir se realmente a insurgente serpente tinha razão.
Para não se ferrar sozinha, levou Adão a repetir sua comilança e decaíram, perderam-se de amores, eis a história do começo, segundo a Bíblia. Depois, andando maritalmente juntos, essa mulher que deve ter sofrido de chuvas torrenciais a ataques e riscos nas selvas, teve filhos, dores de parto, sofreu dilemas, cansaços para dar conta da alimentação dos seus, aliada ao companheiro, chorou as dores de mãe, de horrores pela fatalidade familiar.
De Eva, vieram as Naziras, Luizas, Marias, Dianas, Terezinhas, Sônias, Lúcias e Luzias…Neides, Cláudias, Zefinhas, Rosas…Ricas feias, pobres, pretas, brancas, índias, mães, santas, guerreiras, putas, profetizas…
Mães que foram enaltecidas pela vida, suicidas, mulheres abastadas, outras, fatigadas pelos fardos das atrocidades dos seus queridos, tantas que morreram sem ver o resultado de suas fadigas, multidões de ignoradas ou aclamadas, surradas, amadas, assassinadas.
Nesse bloco de perdizes humanas, pelo contexto vida, acredito que seria pouco premiar a atuação de muitas delas que certamente jamais serão referenciadas em “Comendas” aparentadas ou nos listões de entidades destacadas, como de “Mulheres de Fibra”, “Nota Dez”…
Aos dez, onde anos, não lembro exato, acompanhei a saga até de certo tempo de uma Mulher, uma negra alta que percorria toda Iguatu com dois filhos. Um, aparentando ter de quatro a seis anos e o outro, pequenino, de ano e meio a dois. Vendia verduras com um balaio na cabeça. A sorte lhe traiu
e fora surpreendida com uma doença grave e, mesmo abatida, permanecia em sua jornada incansável. Creio que Deus a tenha colhido logo e não soube mais do seu fim e penso no que foi feito daquelas duas crianças, que tinham como suporte aquela mãe brava, lutadora e mortal? Grande mulher!
Destaco outro exemplo de uma mulher grandiosa que, ao pedal de uma máquina de costura rústica sustentou cinco filhos sozinha, desde pequeninos, quando o Marido resolveu sumir.
Também destaco a memória das que, na zona rural, criaram tantos filhos, quietas e sábias sem nem sequer uma letra fosse-lhes do conhecimento e as que reservaram parte do seu tempo e, sem receber regularmente o mísero salário, nunca desistiram de alfabetizar, como Dona Zefinha Duarte, Maria Alves, por sinal, minha primeira professora e Dona Iranir Peixoto, três iluminadas mulheres que enfrentaram com muita fibra e apoiaram uma multidão de crianças mutiladas pelo sistema educativo precário na zona rural de Quixelô.
Em Iguatu, deixo minhas comendas de apreço e louvor, mesmo que simbólicas, a personalidades da mulheres: Fátima Holanda, Dona Alda; Célia Lavor, Terezinha Alencar; Maria da Penha, Adalzira Oliveira, Elze Lima Verde Montenegro (in memoriam); Francineuda Bandeira; Silvinha Gouveia;
Fransquinha Araújo; Aldeíde Araújo (professoras); Aldenir Rodrigues, Dona Lindalva, Dra. Ósia Carvalho, Rita Lobo, Gizeuda Ferreira, Irene Caieira, Dona Neide Nogueira (in memoriam) e outras mais que não caberiam em nenhuma relação de tantos nomes que são.
Nessa premiação, cobriria com pétalas as anônimas, representadas pelo grupo das que se situam num plano de total privação de conforto, que com todas as dificuldades cuidam dos filhos, até sofrem violência doméstica, cujos gemidos são denunciados pelo olhar tristonho de quem tem sonhos melindrados, aliás, nem mais os carrega. Pequenas grandes mulheres!
Mulher, ser que, não à toa, enfrentou as lutas tantas para chegar ao espaço que ora galga: política, profissões, aos quatro ventos.
Salve o Grande Dia!
*Mariazinha é Servidora do IFCE Campus Iguatu e Advogada
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