Dia-a-Dia com Maria

Dia-a-Dia com Maria: Brasil na iminência da sede

Há previsões embasadas em pesquisas que em 2025 o acesso à água potável será difícil, se nada for feito para evitar a escassez. 

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Há previsões embasadas em pesquisas que em 2025 o acesso à água potável será difícil, se nada for feito para evitar a escassez. 

Ocorre que temos tratado tão mal nosso planeta que acabamos nos colocando numa realidade catastrófica, de dupla face, ou seja, ao mesmo tempo que corremos o risco de afogar nossas cidades sob a água salgada do mar, padecemos da falta de água doce, sendo a nossa situação comparável à de um náufrago, que se vê com água por todos os lados, mas sem nenhuma gota para beber.

A escassez de água não ameaça apenas com a sede. Traz a morte na forma de doenças. Segundo a ONU, 1,7 bilhão de pessoas não tem acesso a sistemas de saneamento básico e 2,2 milhões morrem a cada ano em todo o mundo por consumir água contaminada e contrair doenças como diarréia e malária.

A água potável é um bem raro por natureza, tendo em vista que quase 97,5% da água que cobre a superfície da Terra é salgada. 

As populações que habitam as áreas mais áridas da Terra vivem o que se chama “estresse hídrico”, uma reunião de fatores ambientais, como falta de chuvas, e socioeconômicos, como crescimento demográfico alto, que resulta em gente demais para água de menos.

No caso do Nordeste brasileiro, a escassez hídrica sempre foi o motivo maior de êxodo da população e alvo de políticas públicas. 

Em termos globais, a oferta de água corre o risco de entrar numa crise profunda, pressionada cada vez mais pelo crescimento demográfico, pelas mudanças climáticas, pela contaminação de fontes e pelo desperdício. 

CRISE SILENCIOSA

O planeta já enfrenta uma crise de abastecimento de água, apesar de isso não significar que o líquido esteja diminuindo, considerando que circula por mares, rios e lagos e também que está guardada nos depósitos subterrâneos, além de estar em constante processo de reciclagem, mas tudo depende do equilíbrio entre renovação e consumo. Solucionar a crise de água em toda sua extensão (enfrentamento de secas, medidas contra a desertificação e as enchentes, gerenciamento adequado das fontes hídricas) exige investimento maciço de recursos com o objetivo de ampliar o acesso universal aos serviços de fornecimento de água e de saneamento. 

No caso específico do Nordeste brasileiro, o que mais falta no semi-árido não é água, mas determinado padrão cultural que agregue confiança e melhore a eficiência das organizações públicas e privadas envolvidas no negócio da água.

Entre os fatores que muito contribuem à situação de crise de água no Brasil, mormente na região Nordeste, podem ser destacados os seguintes:

– crescimento rápido e desordenado das demandas, situação bem ilustrada pelo fato de apenas nove regiões metropolitanas; 

-degradação da qualidade dos mananciais normalmente utilizados, em níveis nunca imaginados. 

-baixa eficiência dos serviços de saneamento básico, situação caracterizada pelas grandes perdas de água tratada nas redes de distribuição (entre 25 e 60%), grandes desperdícios gerados pela cultura da abundância, pelo absolutismo nas empresas e pelo obsoletismo dos equipamentos (torneiras e descargas sanitárias em especial).

Iniciamos 2015 com um ineditismo temível na saga da falta de água ou, como queiram os paulistanos, “crise hídrica”, mediante o esgotamento de seus principais reservatórios, o Sistema Cantareira. 

Vale destacar que São Paulo, de acordo com o IBGE, tem no município a população de 10.886.518 habitantes, desse contingente, o sistema é responsável pelo fornecimento de água à quase metade da Região Metropolitana e que no momento encontra-se praticamente esgotado, preocupando o país que prevê, caso não chova nas próximas semanas, o começo de uma grande calamidade pública.

Nosso Estado (CE), embora ainda não se registre casos de racionamento, temos informações de que tem se verificado nos reservatórios diminuição acelerada de seus níveis, tendo em vista tanto a evaporação (altas temperaturas), bem como o uso desmedido de águas para irrigação, o que também nos deixa em estado de alerta, na iminência de passarmos por sérias dificuldades de suficiência desse bem indispensável. Vale lembrar que nas regiões mais próximas do nosso município – Iguatu- tanto os Açudes Banabuiu, Orós e Trussu, estão com seus níveis bem abaixo de anos anteriores e até esta data (02/02/2015) as chuvas caídas foram bastante escassas.

 

Fontes acessórias:

http://pt.wikipedia.org/wiki

https://www.google.com.br

 

*Mariazinha é Servidora do IFCE Campus Iguatu e Advogada

 

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