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´Curva da Morte´ passará por correção na CE-375

[caption id="attachment_6991" align="alignleft" width="600"]A rodovia tornou-se opção de tráfego para o Sertão Central e para Fortaleza, a partir de Iguatu, o que fez aumentar intensamente o tráfego FOTO: HONÓRIO BARBOSAA rodovia tornou-se opção de tráfego para o Sertão Central e para Fortaleza, a partir de Iguatu, o que fez aumentar intensamente o tráfego FOTO: HONÓRIO BARBOSA[/caption]As intervenções previstas para a rodovia acontecem também após sucessivos protestos da população. Finalmente, depois de dois anos e meio de registro de dezenas de acidentes com vítimas fatais, o Departamento Estadual de Rodovias do Ceará (DER) decidiu realizar estudo técnico e obra de correção de uma curva acentuada na CE-375, entre as cidades de Quixelô e Solonópole, na região Centro-Sul do Estado. Ainda não há previsão para o início da obra.

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A rodovia tornou-se opção de tráfego para o Sertão Central e para Fortaleza, a partir de Iguatu, o que fez aumentar intensamente o tráfego FOTO: HONÓRIO BARBOSA

As intervenções previstas para a rodovia acontecem também após sucessivos protestos da população. Finalmente, depois de dois anos e meio de registro de dezenas de acidentes com vítimas fatais, o Departamento Estadual de Rodovias do Ceará (DER) decidiu realizar estudo técnico e obra de correção de uma curva acentuada na CE-375, entre as cidades de Quixelô e Solonópole, na região Centro-Sul do Estado. Ainda não há previsão para o início da obra.

A rodovia interligando as cidades de Quixelô e Solonópole foi inaugurada em março de 2011. Nesse período, a via acumula uma triste estatística: somente na localidade de Lagoa de Dentro, foram registradas onze mortes. Há dezenas de acidentes, capotamentos, com vítimas que sofrem traumatismo e prejuízos materiais. Por isto, o trecho ficou conhecido na região como “Curva da Morte”.

A rodovia tornou-se opção de tráfego para a região do Sertão Central e para Fortaleza, a partir da cidade de Iguatu. Logo atraiu centenas de motoristas, pois encurta a distância em torno de 40km em comparação com a antiga CE 060 (Estrada do Algodão). Nas primeiras semanas de tráfego, os motoristas encontraram no meio do caminho um ponto crítico que logo passou a ser conhecido na região como a “curva da morte”. No local, dezenas de carros e motos já tombaram. Cargas ficaram espalhadas, perdidas, carros destruídos e vítimas foram jogadas para fora dos veículos ou ficaram submersas dentro do açude, ao lado da estrada.

Um dos acidentes que mais repercutiu no Ceará ocorreu em 30 de junho de 2011. Foi uma tragédia. Cinco pessoas de uma mesma família morreram, quando a camioneta Hilux em que viajavam sobrou na curva e caiu no açude. Os mortos foram o auditor fiscal da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), José Jucier Fernandes; a mulher dele, os dois filhos do casal, de oito e dez anos e um tio.

Ofício

No último dia 4, outro veículo capotou e o carro incendiou-se. Moradores da localidade conseguiram tirar o motorista com vida. As cruzes estão fincadas na margem da rodovia e os pedaços de veículos ainda estão espalhados sobre o asfalto para lembrar as dezenas de acidentes. Diante de tantas ocorrências, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Iguatu encaminhou no último dia 4, ofício ao governador Cid Gomes e ao superintendente do DER, José Sérgio Fontenele Azevedo, solicitando providências concretas para a correção da “curva da morte”. O documento foi ratificado pelo Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) e pela Associação Comercial de Iguatu.

O presidente da CDL de Iguatu, Ariosto Vale, considerou um erro grave a construção do traçado da curva na rodovia. “Mesmo sinalizada é um perigo, pois as estatísticas mostram a quantidade elevada de acidentes naquele trecho”, observou. “Esperamos que uma obra corretiva seja realizada”. No dia 13 passado, Azevedo solicitou ao gerente do 9º Distrito Operacional do DER em Iguatu, Francisco de Assis Peixoto, ações emergências e determinou a realização de um estudo técnico. “Os engenheiros já fizeram levantamento e estão elaborando um projeto para reconstruir aquele ponto”, disse Peixoto. “Não temos um prazo de execução, mas é para ser logo. Estou cobrando essa bra semanalmente”, afirmou.

A diretoria da CDL comemorou parcialmente a determinação da obra corretiva. “Finalmente, a população foi ouvida e algo será feito”, disse Ariosto Vale.

Desde o ano passado, que foram feitos protestos ao longo da CE 375. Em setembro de 2012, os moradores da localidade de São José de Solonópole bloquearam a rodovia por meia hora e pediram instalação de redutores eletrônicos de velocidade.

Recentemente, um grupo de pessoas quebrou o asfalto, nas proximidades da cidade de Quixelô, depois de um acidente, com vítima fatal. O grupo também pediu implantação de redutor de velocidade. Em julho passado, na localidade de Acampamento, zona rural de Quixelô, manifestantes queimaram pneus e impediram o tráfego de veículos por cerca de duas horas. Até agora, o Detran ainda não atendeu a nenhuma das reivindicações da população que mora ao lado da rodovia e assiste semanalmente à morte de seus filhos e parentes.

Mulungu

Na localidade de Mulungu também na CE 375, na zona rural de Quixelô, recentemente, os moradores quebraram a rodovia em três pontos em protesto contra acidentes e o tráfego em alta velocidade de veículos. Foram construídos três quebra-molas em dimensões elevadas e fora de padrão, que obrigam os motoristas pararem os carros e motos para ultrapassar os obstáculos.

A sinalização indicativa foi instalada somente ao lado desses redutores. “Há risco de acidentes”, reconhece o gerente do 9º Distrito Operacional do DER, Francisco Peixoto. O agricultor, Raimundo Ribeiro, defende-se: “Já que o Estado não fez nada, nós mesmos tivemos que fazer”. No asfalto, as marcas de freio revelam que os motoristas são surpreendidos com os quebra-molas no meio da pista. A comunidade diz que os protestos têm unido a população diante dos recorrentes casos de mortes e acidentes graves.

Mais informações

9º Distrito Operacional do DER em Iguatu

Telefone: (88) 3581. 9459

Detran

Telefone: (85) 3101. 5823

Fonte: Diario do Nordeste

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