Com Brasil como potência, Jogos Paralímpicos começam nesta terça-feira, 24

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 começam hoje e vão até o dia 5 de setembro. A cerimônia de abertura será realizada no Estádio Nacional do Japão, às 8 horas, horário de Fortaleza. Serão cerca de 4.400 atletas, disputando 539 medalhas em 22 modalidades esportivas. O Brasil chega como uma das principais potências e a expectativa é repetir o desempenho das últimas três edições do evento. Em Pequim-2008 (9º), Londres-2012 (7º) e Rio-2016 2016 (8º) o país figurou no top-10 do quadro de medalhas.

A cerimônia de abertura terá como conceito o tema “We Have Wings” (“Nós Temos Asas”, em inglês), que, segundo o comitê organizador, tem como objetivo inspirar a coragem dos atletas. Assim como a solenidade da Olimpíada, a dos Jogos Paralímpicos deve ser reduzida, com as delegações limitando o número de pessoas que irão desfilar. Os porta-bandeiras do Brasil serão Petrúcio Ferreira (atletismo) e Evelyn Oliveira (bocha), ambos medalhistas de ouro na Rio-2016. No mesmo dia, já começam algumas modalidades nas quais o Brasil tem expectativa de medalha, como natação e o goalball.

Em Tóquio, a delegação brasileira será composta por 260 atletas — 164 homens e 96 mulheres —, incluindo os sem deficiências como atletas-guia, goleiros, timoneiros e calheiros, além de comissão técnica, médica e administrativa, totalizando 434 pessoas. O Brasil participa de 20 modalidades, ficando de fora apenas no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas.

Entre os atletas, estarão cinco representantes cearenses. Francisco Jefferson (atletismo), Eriton de Aquino (atleta-guia de atletismo), Maciel de Sousa (bocha), David Andrade (tênis de mesa) e Edênia Nogueira (natação). Maciel e Edênia já foram medalhistas em edições paralímpicas passadas e chegam com favoritismo em suas respectivas modalidades.

Os Jogos de Tóquio também reservam a possibilidade do Brasil chegar à centésima medalha de ouro paralímpica. Contando todas as edições, o país já subiu 87 vezes no lugar mais alto do pódio. O objetivo da delegação brasileira é superar os 21 ouros conquistados nos Jogos de Londres-2012, o recorde até o momento. A título de comparação, após Tóquio-2020, o País chegou a 150 medalhas olímpicas, sendo 37 de ouro em 24 Olimpíadas. A melhor colocação foi justamente o 12º lugar deste ano.

Além do incentivo de se tornar medalhista paralímpico, os atletas brasileiros também terão uma premiação financeira pelas conquistas: quem ganhar o ouro num esporte individual receberá R$ 160 mil. A prata pagará R$ 64 mil e o bronze, R$ 32 mil. Em modalidades coletivas, os valores caem pela metade: medalhistas de ouro receberão R$ 80 mil; de prata, R$ 32 mil; de bronze, R$ 16 mil. Nos Jogos Olímpicos, a premiação individual foi de R$ 250 mil, 150 mil e 100 mil, no individual.

A natação estreia no primeiro dia do evento, nesta terça-feira, 24, às 21 horas. A modalidade pode ser praticada por atletas com deficiência física, visual e intelectual e é uma das principais potências do Brasil. São 102 medalhas, sendo 32 ouros, 34 pratas e 36 bronzes.

Daniel Dias é o principal atleta da natação brasileira, com 24 medalhas paralímpicas — nove em Pequim 2008 (4 ouros, 4 prata e 1 bronze); seis em Londres 2012 (todas de ouro); e nove na Rio-2016 (4 ouros, 3 pratas e 2 bronzes). O nadador também tem longa lista de conquistas em mundiais, Parapan-americanos e outros torneios. Aos 33 anos, ele anunciou que irá se aposentar após competir em Tóquio.

Além de Daniel, outros 33 atletas brasileiros irão disputar provas na natação. A cearense Edênia Nogueira, de 34 anos, natural do Crato (CE), já foi três vezes medalhista nas Paralimpíadas e está entre as favoritas da nova classe em que compete, a S3.

Goalball

Também nesta terça-feira, 24, a partir das 21 horas, horário de Fortaleza, a seleção brasileira masculina de goalball, atual bicampeã mundial da modalidade, faz sua estreia contra a Lituânia, pela primeira fase do Grupo A. Em 2012, em Londres, o Brasil ficou com a medalha de prata após ser derrotado pela Finlândia na final.

O goalball foi desenvolvido exclusivamente para pessoas com deficiência visual. As partidas são realizadas em dois tempos de 12 minutos, com três minutos de intervalo. Cada equipe conta com três jogadores titulares, que são, ao mesmo tempo, arremessadores e defensores, além de três reservas. De cada lado da quadra há um gol. O objetivo é balançar a rede do adversário através de arremessos rasteiros.

Pandemia segue uma preocupação

A preocupação com o coronavírus continua presente e talvez até mais forte do que na Olimpíada. Apenas nesse domingo, 30 casos positivos ligados aos Jogos Paralímpicos foram confirmados, chegando a um total de 131. Dois membros da delegação brasileira estão entre os infectados, mas o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) não revelou os nomes deles ou as funções.

Tóquio ainda está em estado de emergência por causa da Covid-19. No domingo, foram anunciados 4.392 novos casos, após quatro dias consecutivos com mais de 5 mil casos diários. O Comitê Organizador pensa em aumentar a frequência dos testes PCRs e impor mais restrições, como forma de evitar novas transmissões. Ainda assim, o governo de Tóquio pensa em permitir a presença de crianças das escolas da cidade nas arenas de disputa. O público adulto está vetado.

Fonte: O Povo