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AMERICANDO: A fazenda de enganos dos tolos

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Parte I

Um Lobo jovem e altruísta chega a uma pequena floresta onde um Velho Cavalo Manco já calejado pelo tempo comandava um grupo de animais. Segundo o comentário das montanhas, vales e bosques este Cavalo era bem chegado a contendas com todos os animais que ali viviam e trabalhavam juntos.

O Lobo chegou e apresentou-se. Muito educado ofereceu seus serviços em troca de alguns dias de guarida para descansar e se alimentar. Andava só, embora, às vezes, se envolvesse com alguma alcateia. Mas era mesmo um lobo sem alcateia, já que adorava a solidão das montanhas. O Velho Cavalo Manco pôs dificuldades para aceitar o Lobo das montanhas, mas no fim cedeu. No mesmo dia chegou também um Gavião que também se juntou ao Lobo das montanhas como novos moradores da pequena floresta. O Velho Cavalo Manco tinha dois ajudantes. Uma Raposa e um Cachorro bem simpáticos.

As coisas nunca foram fáceis para o Lobo e o Gavião, que também teve dificuldades para ser aceito na pequena floresta pelo Velho Cavalo Manco. Estes trabalhavam com esmero, retidão, pontualidade e evidenciavam a falta de compromisso dos demais bichos do lugar fazendo tão simplesmente o que era de responsabilidade fazerem. A Raposa era a que mais infernizava. Criticava o Lobo e o Gavião, fazia panelinhas com os demais animais que queriam essa proximidade, pois como faltava compromisso e competência para o desenvolvimento do trabalho em equipe, sobrava bajulação destes para com a Raposa. O Velho Cavalo Manco às vezes ficava em maus lençóis, pois a Raposa não gostava do Cachorro que era simpático e tentava o caminho da conciliação e resolução de conflitos pelo diálogo…

Certo dia a Raposa entrou em contenda com o Cachorro Simpático e as coisas não tiveram um bom efeito para todos. O Velho Cavalo Manco ficou em apuros e sem jeito de explicar aos demais bichos que seus ajudantes não se entendiam. Para complicar mais as coisas a Raposa inventou uma reunião secreta para fazer as coisas como bem entendesse. O Velho Cavalo Manco soube e não gostou de tal insubordinação por parte da Raposa; então decidiu dispensar tanto o Cachorro Simpático como a Raposa para que eles procurassem outra floresta para viverem. Vale ressaltar que tanto a Raposa como o Cachorro Simpático tomaram rumos diferentes.

Em meio a tudo isso tanto o Lobo como o Gavião ficaram, a priori, aliviados, pois não se entendiam com a Raposa, às vezes por conta desta o Velho Cavalo Manco não gostava deles, pois ela leva histórias e histórias fictícias sobre o Lobo e o Gavião desfavorecendo estes diante do Velho Cavalo Manco que não confiava no Lobo e nem no Gavião, pois a Raposa, habilidosa como sempre, inventava muitas histórias e criava contendas para prejudicar os recém-chegados.

Por outro lado, o Lobo e o Gavião ficaram muito amigos, pois concordavam em muitos pontos e sempre faziam o serviço de forma impecável e tinham estima de quase todos na pequena floresta.

Vale ressaltar que o Cachorro, apesar de simpático, não possuía a confiança do Lobo e nem do Gavião, embora tivesse o afeto e o respeito. O Velho Cavalo Manco e a Raposa tinham o respeito do Lobo e do Gavião, mas por serem muito desorganizados às vezes ganhavam o desprezo e não possuíam a confiança, pois era melhor para o Lobo e o Gavião fazerem um bom serviço e não dar tanta importância para as baboseiras do Velho Cavalo Manco e nem tão pouco prestar atenção ao que a Raposa fazia ou queria fazer.

Devido aos problemas já narrados a Raposa e o Cachorro Simpático foram enviados a outras florestas. Após isso chegaram mais dois administradores para ajudar o Velho Cavalo Manco….

A crônica fabulística tem a nobre função de tentar ensinar a refletir e ver que geralmente que o tombo de hoje é o riso de amanhã… isso o narrador desta fábula ouviu certa vez de um professor de Inglês.

*Por Américo Neto

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