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A desproporcional corrida pela liderança feminina no mercado de trabalho
Elas são muitas, mas não estão em todos os espaços. Uma equação que não fechou na evolução da sociedade até hoje. Conforme a última pesquisa International Business Report (IBR) – Women in Business 2019, desenvolvida pela Grant Thornton, as mulheres ocupam apenas 25% dos cargos de liderança dentro das empresas no Brasil. Quanto mais alta a posição, menor a presença. Nas funções de alto nível, só 15% das corporações são chefiadas por uma executiva.
Apesar da desigualdade de gênero ainda existir, há avanços. O estudo mostra que o percentual de negócios com pelo menos uma participação feminina em cargos de liderança foi de 93% em 2019, ante 61% em 2018. O levantamento considera 4,5 mil empreendimentos no mundo. Para Débora Barem, professora do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB), os números retratam um problema estrutural.
Cultura machista
“Não existe um motivo senão a cultura machista que nos coloca em segundo plano. A mulher não é vista como protagonista, e, sim, como suporte. O homem precisa de sucesso, e as mulheres são as secretárias ou exercem funções tidas delicadas”, exemplifica. Os desafios ainda são vários: entrar no mercado, ascender profissionalmente, sofrer assédios e disparidade salarial.
Para as negras e trans, a jornada é ainda maior. As evoluções ocorrem, explica, na medida em que há reivindicação desse espaço. E os paradigmas mercadológicos vão sendo quebrados. Por exemplo, atualmente, as grandes indústrias se baseiam na expertise, tornando o argumento da força masculina ainda mais frágil para priorizar os homens em determinadas funções.
Ou seja, quando a sociedade considera o conhecimento, elas saem na frente e passam a protagonizar. No entanto, o ambiente corporativo ainda é muito engessado neste aspecto. “Se eles têm a escolha de promover um homem ou uma mulher, mesmo ela tendo maior competência, escolhem pelo homem pelo simples fato de ser homem. Colocam supostos defeitos, como a maternidade”, explana.
Jornada dupla de trabalho
A jornada dupla também distancia a mulher do trabalho e a impede de ascender em razão do tempo escasso para dedicar-se à carreira. Cristiane Aquino de Souza, doutora em Direitos Fundamentais pela Universidad Autónoma de Madrid e professora do Curso de Administração da Universidade Federal do Ceará (UFC), observa que a mulher está inserida em um contexto cultural no qual é designada a cumprir sozinha os afazeres domésticos.
“Ela entende que esse é o papel dela. A sociedade cobra, mas ela também. O homem ainda tem o lugar de poder e, nesse contexto, ocorre uma naturalização da violência contra a mulher”, observa, destacando a importância de falar sobre o assunto para pressionar uma mudança.
Equidade de gênero
Para alcançar a equidade de gênero, diz, é importante a conscientização da sociedade, a promoção de políticas públicas, como cotas femininas e um posicionamento das empresas nos processos internos. Dentre eles, a representatividade nos códigos de ética, conduta e procedimentos formais. Além disso, aumentar o número de creches, pois a maternidade é uma questão central para viabilizar a atuação no mercado de trabalho.
Annette de Castro, CEO da Mallory e uma das fundadoras do Grupo Mulheres do Brasil – que possui 40 mil empresárias em todo o País -, reitera que a política de gestão das corporações é fundamental e acrescenta ser necessária uma mobilização.
“Hoje, é mais fácil que no passado, porque acreditava-se que deveria existir uma competição entre a gente. E que a mulher não deveria ajudar a outra. Não é assim. Juntas, conseguimos mostrar a capacidade de liderar e cobrar mais”, analisa. “Precisamos do apoio de outras mulheres para ter a confiança de sociedade e tirar o preconceito de mulher é concorrente de mulher”, reforça.
Fonte: O Povo
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