Policial
Dois engenheiros e um pedreiro são indiciados pelo desabamento do Edifício Andrea, em Fortaleza
Três pessoas foram indiciadas, sendo dois engenheiros e um pedreiro, no inquérito policial instaurado pela Polícia Civil para investigar a tragédia do Edifício Andrea, que desabou em outubro de 2019 deixando nove mortos e sete feridos no Bairro Dionísio Torres, área nobre de Fortaleza. No total, mais de 40 pessoas foram ouvidas, entre sobreviventes e testemunhas.
A edificação tinha 7 andares e desabou às 10h28 do dia 15 de outubro de 2019. Na ocorrência, nove pessoas morreram e outras 7 foram resgatadas com vida. Os trabalhos de resgate duraram 5 dias, em mais de 103 horas de buscas, e envolveram centenas de bombeiros e voluntários. O prédio, onde residiam 11 famílias, tinha começado a passar por reparos estruturais um dia antes da queda, segundo os moradores.
Os indiciamentos foram pelo artigo 29 da Lei das Contravenções Penais, que consiste em “provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa”. Além disso, os profissionais no artigo 256 combinado com artigo 258 do Código Penal Brasileiro, por “causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou do patrimônio de outrem, podendo a pena aumentar pela metade em razão das mortes e da lesão corporal de natureza grave”.
O advogado Breno Almeida, que representa a defesa dos engenheiros e do pedreiro, disse ao G1 nesta quinta-feira que que vai se “inteirar sobre as informações do laudo” e não vai se manisfestar, neste primeiro momento, sobre o caso.
O inquérito foi instaurado no mesmo dia do ocorrido e ficou a cargo do 4º Distrito Policial, no Bairro Pio XII. Um dos sobreviventes do desabamento afirmou ter sentido o prédio “chacoalhar” por três vezes antes de desmoronar. Outro morador resgatado disse que, momentos antes do desmoronamento, viu que havia “acabado de cair” a estrutura de concreto que envolvia as ferragens do pilar abaixo da varanda.
Quatro colunas chegaram a passar por intervenção, conforme o depoimento de Anita Grazielle Rodrigues, filha da síndica do condomínio, Maria das Graças Rodrigues, que não resistiu ao colapso da estrutura. Vídeos a que o G1 teve acesso mostram, inclusive, um pedreiro destruindo o concreto que reveste a parte metálica nas colunas de sustentação.
Reforma de oito meses
O Edifício Andrea passou por uma reforma estrutural oito meses antes da tragédia, conforme um recibo e um orçamento encontrados em meio aos escombros do prédio de sete andares. Os documentos fizeram parte do inquérito que apurou as causas da queda, ao qual o G1 teve acesso em dezembro de 2019.
Imagens de câmera de segurança mostraram trabalhadores destruindo o reboco das colunas. O recibo e o orçamento que fizeram parte dos documentos investigados foram achados em uma pasta que havia sido entregue pelo dono da empresa responsável pelos procedimentos, José Hamilton Martins, da H. V. Serviços LTDA, à síndica do prédio, Maria das Graças Rodrigues. A síndica foi uma das sete vítimas da tragédia.
O “conserto em coluna e tratamento do ferro, próximo ao quadro elétrico” custou R$ 400, conforme o documento. Em depoimento à Polícia Civil, Hamilton Martins afirmou que “às vezes era chamado pela síndica para realizar alguns serviços”.
“Foi retirada uma parte do reboco da referida coluna e feito o tratamento em um dos seus ferros, sendo utilizado para tal um antiferrugem, ou seja, um produto com a marca TF7 [um convertedor de ferrugem para base de pintura]”, afirmou o empresário em depoimento.
Hamilton Martins ainda contou às autoridades policiais que “chegou a ver outras colunas no Edifício Andrea que estavam precisando de reformas”, acrescentando que Maria das Graças Rodrigues demonstrou preocupação com as colunas, as quais “poderiam comprometer a estrutura do prédio”.
Fonte: G1 CE
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