Noticias
Imposto sobre transações só beneficiam o Governo, dizem economistas
Retorno de um tributo aos moldes da antiga CPMF interessa ao Governo pela arrecadação alta sem a necessidade de uma forte fiscalização, avalia especialista. Taxação pode gerar desequilíbrio na indústria.
Novos detalhes sobre a proposta do Governo de implementar um imposto sobre transações financeiras, semelhante à Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), foram divulgados. As alíquotas, que estão junto à proposta de reforma tributária a ser entregue à Câmara, serão, inicialmente, de 0,2% para pagamentos no débito e crédito e de 0,4% para saques e depósitos em dinheiro. Para especialistas, o imposto só beneficia o próprio Governo.
O economista Henrique Marinho aponta que o grande interesse em voltar com a “CPMF mudada” é a alta arrecadação gerada, uma vez que incide de forma imediata sobre qualquer transação. “Além disso, é um imposto muito difícil de sonegar que exibe baixa fiscalização, uma vez que é cobrado na hora”, destaca. Ele acrescenta que o imposto deve beneficiar somente o Governo.
Impacto na ponta
Para o consumidor, Marinho revela que o imposto terá alguns efeitos negativos. “O mercado reclama que não é uma tributação justa por ele ser regressivo, ou seja, cobra uma alíquota única para todas as faixas de renda. Dessa forma, proporcionalmente aos ganhos, os pobres pagam mais que os ricos”, alerta.
O economista afirma ainda que o imposto será inflacionário, ou seja, terá impacto no preço dos produtos, uma vez que as empresas repassarão o valor desse custo a mais no preço final. “Ele (imposto) tem um efeito cascata também. Ao longo da cadeia produtiva, cada transação que for feita será cobrada e esse custo será repassado a quem for comprar a matéria-prima, as peças, o produto, e assim vai”, explica.
Indiferenciação
O conselheiro do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Lauro Chaves Neto, afirma ser radicalmente contra a volta de u imposto sobre transações financeiras. Para ele, a proposta não é inteligente em termos racionais nem de justiça social. “Para a Indústria, será muito ruim, porque ele é indiferente às particularidades dos segmentos, ao tamanho das cadeias. Aquelas mais longas vão sofrer mais, verão mudanças na produtividade, na eficiência, haverá desequilíbrio nos setores”, dispara.
A justificativa do Governo, reforçada pelo secretário especial adjunto da Receita Federal, Marcelo de Sousa Silva, é que o imposto irá substituir a desoneração da folha de pagamento. “Estamos ano a ano com uma regressão percentual de pessoas empregadas formalmente. E isso não pode ficar de fora da reforma tributária, porque o impacto mais significativo (para o emprego) talvez seja a desoneração sobre folha. Dentre todos os tributos no nosso ordenamento jurídico a tributação sobre folha é o mais perverso para a geração de empregos”, afirma.
Chaves reforça que essa não é a melhor alternativa para fazer a compensação de arrecadação e aponta que a saída seria a maior taxação sobre renda, patrimônio e lucro. “Ao mesmo tempo, diminuiríamos a taxação sobre o consumo. Dessa forma, consiguiríamos chegar ao princípio da justiça tributária, onde quem ganha mais, paga mais, e quem ganha menos, paga menos”, diz o economista.
Via Diário do Nordeste
-
Iguatu1 semana atrásIguatu é acionado na Justiça por falhas em repasses de consignados; bancos terão que apresentar relatórios
-
Cultura2 semanas atrásMinistério da Cultura, Fundação Raimundo Fagner e Grupo Três Corações apresentam nova produção cênico-musical inspirado em Dom Quixote em Fortaleza e Orós
-
Noticias2 semanas atrásDistribuição do vale-recarga de gás de cozinha começa nesta segunda (24); veja quem pode receber
-
Noticias2 semanas atrásLula retorna ao Ceará para lançar Polo Automotivo e dar início à produção do Chevrolet Spark
-
Noticias1 semana atrásVoos internacionais são suspensos na Venezuela após alerta sobre intensificação militar
-
Mundo1 semana atrásVulcão na Etiópia entra em erupção pela primeira vez em milhares de anos
-
Educação1 semana atrásNovas suspeitas indicam que Edcley vazou mais itens do Enem antes da prova
-
Noticias1 semana atrásNikolas Ferreira recebe condenação de R$ 40 mil por comentário contra mulher trans

