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Universidades privadas buscam saídas para manter número de alunos

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Diante de crise no setor, financiamentos próprios, bolsas de desconto e ensino a distância são usados como forma de atrair novas matrículas.

Num cenário em que tanto matrículas reduzem quanto a desistência dos cursos aumenta nas universidades privadas, instituições tentam buscar saídas para manter estudantes no ensino superior. Financiamentos próprios, bolsas de descontos e investimento em Educação a Distância (EAD) são as principais estratégias.

De acordo com Ana Flávia Chaves, reitora do Centro Universitário Estácio do Ceará, a instituição de fato tem sentido o movimento que ocorre no Brasil todo. A redução de matrículas presenciais nos últimos anos se equipara aos percentuais nacionais: cerca de 5%. Ela justifica que a crise econômica e a redução dos investimentos no Programa de Financiamento Estudantil (Fies) foram os principais motivadores. “Nós estamos nos adaptando à conjuntura nacional e estamos pensando em uma série de medidas que garantiram que mantivéssemos o nosso número de matrículas e até aumentássemos em relação ao ano anterior”.

Segundo ela, o principal investimento é na modalidade EAD. “É que nessa hora que parece ser de grande crise, aproveitamos a oportunidade em oferecer para os nosso alunos alternativas. Há um aumento de cerca de 20% na modalidade a distância”.

Ana Flávia Chaves afirma que o grupo conta com financiamentos próprios em que, após avaliação, os alunos podem pagar metade do valor da mensalidade durante o curso e quitar o restante após a formação, por exemplo.

As opções citadas pela reitora dialogam com as estratégias apresentadas por Rodrigo Capelato, diretor executivo do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). Ele expõe que os índices de ingressantes nos cursos a distância (EAD), no Ceará e na Região Metropolitana de Fortaleza, registraram desempenho positivo de 26% e 2,9%, respectivamente, entre os anos de 2015 e 2016. No Brasil, houve aumento de 23,3% em ingressantes nos cursos a distância.

De acordo com panorama apresentado durante o Seminário de Ações Digitais na Educação Brasileira, realizado no Ceará, os cursos a distância são procurados pelas pessoas de faixa etária mais elevada: a maioria está acima de 29 anos, enquanto o público que procura os cursos presenciais é principalmente composto por jovens de até 24 anos.

“As instituições estão tentando de várias formas ajudar os alunos para que eles consigam ingressar. Infelizmente os mais atingidos são alunos de camadas mais desfavorecidas e que não conseguem ingressar na universidade pública gratuita. Esta fica muitas vezes restrita a quem estudou nas melhores escolas particulares do ensino básico”, aponta Rodrigo.

Conforme ele, além de ser atrativo pelo valor mais baixo de mensalidades, os cursos a distância também chamam atenção pela flexibilidade de horário. Os três cursos mais procurados pelos cearenses no modelo de ensino a distância são Administração, Serviço Social e Pedagogia.

Capelato também cita os financiamentos próprios em que universidades permitem que os pagamentos sejam feito em oito em vez de quatro anos. “Esse é um critério que tem crescido muito, mas que não vai ser uma mágica que vai resolver, porque há um limite da capacidade financeira das instituições de ofertar essa modalidade, mas é o que mais tem crescido em termos de alternativa para atenuar essa queda de demanda por parte dos jovens pelo ensino superior”, conclui.

O POVO procurou outras universidades para falar sobre o assunto. Tanto a Universidade de Fortaleza (Unifor) quanto o Centro Universitário Unifanor afirmaram que não iriam se pronunciar. O Centro Universitário 7 de Setembro não enviou respostas até a publicação desta matéria.

NÚMEROS

26%

Foi o aumento de matrículas em ensino a distância no Ceará entre 2015 e 2016, segundo o Semesp

Fonte: O Povo

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