Iguatu
Ter um jato é opção para a falta de voo comercial
[caption id="attachment_5118" align="alignleft" width="600"] O King Air do empresário Edvane Matias. De Iguatu, ele viaja pelo Nordeste para fechar negócios[/caption]O aeroporto de Iguatu tem dez aviões hangarados. É meio de locomoção para empresários


O King Air do empresário Edvane Matias. De Iguatu, ele viaja pelo Nordeste para fechar negócios
Quem chega ao aeroporto de Iguatu, cidade da região Centro-Sul, a 350 quilômetros de Fortaleza, pode até ficar impressionado. O município tem cerca de 10 aeronaves hangaradas no local. São monomotores e bimotores de empresários que, pela falta de voos comerciais ligando Iguatu a grandes centros do Nordeste, como Fortaleza, precisaram investir em um avião próprio. Foi o jeito encontrado para não deixar de fechar negócios.
Segundo o empresário Edvane Matias, um dos diretores do Grupo Tubform, com sede e Iguatu, a aquisição de uma aeronave é questão de prioridade para os empresários de Iguatu. Ele tem dois aviões bimotores, com capacidade para cinco e sete passageiros. Juntas, elas estão avaliadas em cerca de US$ 5 milhões segundo ele.
“É uma necessidade não só minha, mas de todo empresário de Iguatu. É uma questão de custo-benefício, para a agilidade que precisamos nos nossos negócios. Nós temos uma cidade que melhorou muito em questão de infraestrutura, mas nós não temos voos comerciais”.
De acordo com o empresário, as aeronaves ajudam no deslocamento entre Iguatu e as capitais do Nordeste. Geralmente, as viagens são realizadas para cidades que estão num raio de 800 quilômetros de distância. Ele diz que, por mês, voa cerca de 25 horas no avião particular. “Eu sempre alugava uma aeronave, saia bem mais barato. No entanto, você não pode tê-la disponível toda hora”.
Apesar das vantagens, há custos, como o de manutenção que, conforme explica, está entre os itens que mais pesa. Segundo ele, como a região não conta com uma oficina homologada, é necessário enviar as aeronaves para revisão em Alagoas. “A melhor oficina está em Maceió. Tudo que você faz na aviação é em dólar. Até se tiver de trocar o óleo é em dólar”. (Marcelo Andrade)
Saiba mais
Em média, 10 anos, é o tempo de depreciação de uma aeronave. Por conta disso, a maioria dos financiamentos para a aquisição de aviões não ultrapassa esse período.
Há ainda a opção de aquisição por meio de leasing, bastante difundida entre empresas, e a compra à vista, que é preferência entre os empresários.
A obtenção da habilitação para voar leva, ao menos, seis meses. Para se tornar um piloto privado, que é a modalidade mais comum entre quem tem aeronave , é necessário obter carta de recomendação de um aeroclube ou de escola.
Em seguida, o candidato se submete a exames médicos. Se não tiver problemas de saúde, pode iniciar aulas teóricas.
São cinco disciplinas e quatro meses de aula. Ao final, o candidato faz um exame. Aprovado, ele pode iniciar as aulas práticas.
O mínimo exigido são 40 horas/aula. Em Fortaleza, o custo médio de cada hora é de R$480, incluindo aeronave e instrutor. A última etapa para a obtenção da Carteira de Habilitação Técnica (CHT), conhecida brevê, é a realização de um prova de checagem.
Fonte: O Povo
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