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Tempo ‘abafado’? O calor dos últimos dias no Ceará tem um bom motivo

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Desde o começo do outubro, um sentimento climático é compartilhado por quem está pelo Ceará. Mesmo após chuvas dos últimos dias, a sensação de calor para quem mora no Estado permanece. Uma das causas do ‘tempo abafado’, explica o meteorologista Raul Fritz, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), é a redução na velocidade dos ventos por aqui. O fenômeno é comum nesta época do ano e indica a proximidade do período chuvoso no Ceará.

“Os ventos mais fracos antecedem as primeiras chuvas de janeiro. É o esperado para essa época. Quando a gente se aproxima do final do ano, os ventos ficam mais fracos”, ressalta o meteorologista. As precipitações sentidas nos últimos, inclusive, estariam dentro da dinâmica chuvosa do Estado.

“Elas correspondem a chuvas esperadas na pré-estação chuvosa. São as primeiras chuvas que caracterizam essa época”, complementa Raul, que ressalta: não é possível prever como será o período chuvoso do próximo ano a partir das temperaturas de 2020. “Está tudo dentro do esperado. Nem a mais, nem a menos”.

Abafado

Apesar da diferença no termômetro estar presente em todo o Ceará, algumas regiões são mais afetadas pela redução nos ventos. “Quem está no litoral percebe uma alta nas temperaturas mas o aumento é mais sentido no interior do Estado”, complementa o pesquisador.

O meteorologista explica ainda como a frequência de ventos afeta a sensação térmica no nosso corpo. “O vento retira calor da nossa pele, facilita a evaporação do suor. A sensação de calor diminui, então, aquela sensação de ‘abafado’ fica menos intensa. É mais ou menos o que acontece quando a gente usa o ventilador para refrescar o nosso corpo”, analisa Fritz.

No Ceará, segundo o especialista, a velocidade dos ventos começa a reduzir em outubro após um período de alta, sentido em agosto. “No fim de ano temos uma velocidade entre 10 e 30 km/h. É menor do que o percebido em agosto, com altas velocidades, e velocidade média por volta de 40 km/h. Algumas rajadas em agosto chegam a até 50 km/h”, calcula.

Céu aberto


Além da diminuição na velocidade dos ventos, a pouca presença de nuvens no céu contribui para a sensação térmica no Ceará, aponta Fritz. “Se você tem menos nuvens no céu, a radiação do sol atua por mais tempo, aquecendo a superfície do solo. Aí, o solo aquece o ar acima dele. Nós temos em um segundo semestre em que a presença de nuvens no céu é baixa. E aí, as temperaturas tendem a ser mais altas”.

Por conta dos fenômenos, que atuam em conjunto, as temperaturas ficaram acima dos 30° nos últimos dias em algumas regiões do Ceará, relata o meteorologista. O destaque vai para Guaramiranga, na região serrana do Maciço de Baturité. “No dia 1° e no dia 2 de novembro, os termômetros registraram altas de 31° por lá. Isso não é muito comum mas também não é impossível. É rápido, não é uma coisa constante. Essas temperaturas são observadas em determinados momentos do dia, principalmente, entre o meio e o final da tarde”, salienta.

Fonte: Diário do Nordeste

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