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Suspeitos de tráfico internacional de transexuais cobravam diária de R$ 170 e puniam com surra de barra de ferro, diz PF

A Polícia Federal informou que as transexuais exploradas sexualmente e traficadas para a Itália pela quadrilha presa na Operação Fada Madrinha eram mantidas aprisionadas em uma casa em Franca (SP), e obrigadas a se prostituir para pagar diárias de R$ 170.
Polícia Federal informou que as transexuais exploradas sexualmente e traficadas para a Itália pela quadrilha presa na Operação Fada Madrinha eram mantidas aprisionadas em uma casa em Franca (SP), e obrigadas a se prostituir para pagar diárias de R$ 170.
Caso não obtivessem o valor todos os dias, as vítimas eram agredidas com barras de ferro e pedaços de madeira com pregos, ou deixadas nuas em rodovias da região. Ao todo, 14 transexuais foram resgatadas do imóvel na manhã desta quinta-feira (9).
Ainda segundo a PF, as jovens eram aliciadas pelas redes sociais na internet, com a promessa de procedimentos cirúrgicos faciais e corporais. A quadrilha também prometia a participação das vítimas em concursos de beleza na Itália, o que não acontecia.
“Para realizarem o seu sonho, teriam que pagar uma diária, dos quais R$ 70 para hospedagem e alimentação, R$ 50 para aquisição de roupas, perucas, sapatos e outros acessórios fornecidos exclusivamente pelos investigados, e os outros R$ 50 da chamada ‘poupança da transição’, para financiar os procedimentos cirúrgicos, prótese mamária e silicone industrial”, explica a delegada da PF Luciana Gebrim.
Ainda de acordo com Luciana, as transexuais consideradas “promissoras”, ou seja, que obtinham altos valores com a prostituição, eram enviadas pela quadrilha à Itália, sob o pretexto de participarem de concursos de beleza. No exterior, as dívidas aumentavam.
“Caso não conseguissem o valor mínimo, elas eram humilhadas de diversas formas, como, por exemplo, tendo os cabelos raspados, sendo deixadas nuas em rodovias, e até mesmo agredidas fisicamente com barras de ferro e paus com pregos”, detalha.
A investigação teve início em novembro de 2017, após vizinhos da casa em Franca registrarem um boletim de ocorrência por perturbação de sossego e da ordem. Na ocasião, várias transexuais foram levadas para a delegacia e, em depoimento, relataram o esquema.
A procuradora do trabalho Regina Duarte da Silva diz que, nessa ocasição, o Ministério Público do Trabalho identificou que uma transexual já havia sido traficada para a Itália. Além disso, segundo ela, a exigência da prostituição para quitação das dívidas configurava escravidão.
“Nós passamos a tratar da tutela dessas vítimas porque são pessoas muito vulneráveis, às vezes marginalizadas pela sociedade, facilmente atraídas por promessas de mudança de corpo, promessas de concursos, promessas enganosas”, afirma.
As 14 transexuais resgatadas do imóvel nesta quinta-feira passaram por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Franca. Elas devem ser acolhidas e assistidas pelo MPT. O local de destino delas não foi informado pela procuradora.
Transformação corporal
A Operação Fada Madrinha identificou também que os investigados aplicavam silicone industrial no corpo das vítimas e as encaminhavam para clínicas médicas, que realizavam implantes de próteses mamárias. Há indícios de que algumas transexuais receberam materiais provenientes de reuso.
“Algumas das transexuais que fizeram implante nas clínicas investigadas tiveram sequelas. Algumas tiveram necrose no tecido e há comentários no grupo delas de que essas próteses eram reutilizadas: de outras transexuais, que eram deixadas nas clínicas e os médicos reaproveitavam”, explica a delegada da PF.
Segundo o Ministério Público Federal, as investigações constataram ainda que os próprios criminosos aplicavam silicone industrial – o que é proibido pelo Ministério da Saúde – nas transexuais para modelagem de bocas, quadris e mamas. Os procedimentos ocorriam dentro da casa em Franca.
“A gente pensa que é muito importante que esse assunto venha à pauta da sociedade até para que essas pessoas que são exploradas dessa forma possam ser vistas com olhos de maior cuidado e maior tutela por toda a sociedade”, disse a procuradora Sabrina Menegário.
Fonte G1
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