Iguatu
Seu Dezim tem a doçura do ‘quebra-queixo’ nas mãos
Chegando à vila onde mora o personagem desta reportagem, Rádio Mais o encontrou sentado, conversando tranquilamente na calçada da casa de sua filha, ladeado pela esposa, em meio às brincadeiras do bisneto. Seu ‘Dezim’ nos recebe muito amistosamente, com um sorriso expresso na cara marcada pelos anos que nem parece ter, quando ele revela: 80 anos.
Oito décadas e ele nem pensa em parar de trabalhar: diminuiu o ritmo, mas os planos são com a atividade até quando for possível. “Enquanto eu tiver saúde e puder sair, eu trabalho”. A venda do doce conhecido como “quebra-queixo” fez dele uma figura popular. Mesmo sem saber o nome da maioria dos clientes, todos o conhecem. Deve ser a simpatia, ou a sua figura despida de vaidade. Trata-se de um homem simples.
O começo
José Roque dos Santos é natural de Jucás, do dia 07 de julho de 1935. Seu ‘Dezim’, como ficaria conhecido futuramente, chegou a Iguatu em 1946. Aqui exerceu diversas atividades, tendo trabalhado na extinta Cidal, consertou guarda-chuvas, foi comerciante, dentre outras.
Começou a trabalhar como vendedor de algodão a partir dos anos 1960. O “quebra-queixo” é anterior, de 1958. Nesse tempo, ele admite que o doce não saía bem feito. “Depois eu fui retificando, até sair bem feito”.
Progresso
Hoje, o vendedor aposentado após contribuir por 36 anos com a previdência, olha para trás e lembra de uma cidade pequena, com muita mata e poucos prédios. Antes uma vila, hoje uma grande cidade, Iguatu cresceu de muitas formas, desenvolvendo suas atividades.
O comércio, segundo Seu ‘Dezim’ acompanhou esse crescimento, mas sem planejamento. “O comércio cresceu muito, mas o dinheiro diminuiu”. Ele reforça que “tem muitas coisas pra vender, mas o pessoal não tem dinheiro pra comprar”.
Saudade
Perguntado sobre a felicidade ao longo destes 80 anos, vai ao passado onde encontrou “a ponta do paraíso”, referindo-se à Iguatu de anos anteriores. Segundo ele, tudo se encontrava aqui, do animal mais selvagem à paisagem mais bela. “Tudo tinha no mato pra gente se alimentar”, observa. “Hoje não tem mais nada: até agua no rio faltou, e peixe, né?”.
Flexibilidade
Uma vez dono do próprio negócio, ele definiu o horário de trabalho, que geralmente tem início no fim da tarde, começo de noite. A flexibilidade está também em não ter que ficar num único lugar.
Ele recorda que foi o primeiro vendedor a não ter um ponto fixo dentro de Iguatu. “Não existia vendedor ambulante, porque a cidade era pequena”.
Receita
“O sabor vem do ponto que a gente faz”, explica. Simples assim. Sem muito segredo, ele dá a receita da iguaria que enche os olhos da criançada quando ouve o barulho da espátula na borda do carrinho – sua “estratégia de marketing” para atrair fregueses. Para fazer o doce, é necessário ácido cítrico, açúcar e coco. O toque especial é a doçura que lhe é característica.
Homenagem
A prefeitura municipal de Iguatu prestou uma homenagem a Seu ‘Dezim’ pelos serviços prestados à comunidade, no encerramento da semana cívica, na última segunda-feira, dia 07. Acompanhado de uma das filhas, o vendedor agradeceu. Para este jornal, exibiu a placa recebida no feriado. Em seguida, ofereceu “quebra-queixo” ao repórter, que não poderia recusar.
-
Iguatu1 semana atrásIguatu é acionado na Justiça por falhas em repasses de consignados; bancos terão que apresentar relatórios
-
Cultura2 semanas atrásMinistério da Cultura, Fundação Raimundo Fagner e Grupo Três Corações apresentam nova produção cênico-musical inspirado em Dom Quixote em Fortaleza e Orós
-
Noticias2 semanas atrásDistribuição do vale-recarga de gás de cozinha começa nesta segunda (24); veja quem pode receber
-
Noticias2 semanas atrásLula retorna ao Ceará para lançar Polo Automotivo e dar início à produção do Chevrolet Spark
-
Mundo1 semana atrásVulcão na Etiópia entra em erupção pela primeira vez em milhares de anos
-
Noticias1 semana atrásVoos internacionais são suspensos na Venezuela após alerta sobre intensificação militar
-
Educação1 semana atrásNovas suspeitas indicam que Edcley vazou mais itens do Enem antes da prova
-
Noticias1 semana atrásNikolas Ferreira recebe condenação de R$ 40 mil por comentário contra mulher trans


