Proposta de Fim da Jornada 6×1 Ganha Força e Debate no Congresso Nacional

Brasília — A jornada de trabalho 6×1, que prevê seis dias trabalhados com um de folga, está no centro de um debate acalorado no Congresso Nacional. A proposta de Emenda Constitucional (PEC), liderada pela deputada Érika Hilton (PSOL), visa extinguir o modelo 6×1, permitindo aos trabalhadores brasileiros um descanso maior e alinhando a legislação trabalhista a tendências globais que adotam semanas mais curtas ou modelos de trabalho flexíveis.

Embora o governo federal tenha monitorado o andamento das discussões, ainda não houve um posicionamento oficial. A expectativa é que a gestão do presidente Lula avalie o tema nos próximos dias e decida se encaminhará o debate ao Legislativo ou se abrirá uma frente de diálogo com o setor empresarial e a sociedade civil. A PEC de Hilton já conta com o apoio de mais de 70 parlamentares, mas enfrenta resistências no setor de serviços, que teme impactos econômicos, como aumento de custos operacionais.

Argumentos a Favor e Contra a Mudança da Jornada

Defensores da proposta argumentam que a jornada 6×1 limita a qualidade de vida dos trabalhadores, oferecendo apenas um dia de folga semanal, o que pode levar ao esgotamento físico e mental e dificultar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Na prática, a mudança proporcionaria um aumento no tempo de descanso, facilitando a recuperação e promovendo um ambiente mais produtivo e saudável para os empregados. Por outro lado, representantes do setor de serviços alertam que a flexibilização pode afetar a eficiência e os custos, sobretudo em setores como indústria, comércio e restaurantes, que operam com alta demanda contínua.

Exemplos Internacionais e Comparações Salariais

Em comparação com outros países, como Holanda, Dinamarca, Alemanha e Suécia, onde a média semanal de trabalho é de quatro a cinco dias, o Brasil ainda mantém modelos mais rígidos de jornada. Nos Estados Unidos, a carga semanal padrão é de 40 horas distribuídas em cinco dias, com salários calculados por hora, e valores variando por estado. No estado de Washington, por exemplo, o salário mínimo é de US$ 16,28 por hora (aproximadamente R$ 100).

No Brasil, o salário mínimo atual de R$ 1.412,00 representa um valor consideravelmente baixo quando comparado a países desenvolvidos, sendo equivalente a cerca de US$ 291. Para efeito de comparação na América Latina, o salário mínimo brasileiro está acima de países como a Argentina, mas abaixo do Chile (US$ 521) e Uruguai (US$ 570).

Possíveis Caminhos e Tendências Futuras

O debate no Brasil segue a tendência global de flexibilização das jornadas de trabalho, com países que já adotam formatos híbridos e home office e observam aumento de produtividade mesmo com a redução das horas trabalhadas. A expectativa é que uma regulamentação mais moderna ofereça um modelo de jornada mais sustentável e que reflita as mudanças na dinâmica do trabalho, beneficiando a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.

Se você apoia a proposta, a orientação é que entre em contato com o seu deputado ou expresse sua opinião nas redes sociais para fortalecer o movimento por condições mais justas de trabalho.