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Padre Robson é suspeito de pagar a policiais para destruir arquivos

O padre Robson de Oliveira – suspeito de desviar R$ 120 milhões de doações de fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) – também é suspeito de pagar servidores públicos com dinheiro da entidade para se livrar de informações constrangedoras sobre ele, segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) relata no processo.
“Pelo que se infere dos autos, Robson supostamente se utilizou dos recursos financeiros dessas entidades religiosas para o pagamento de servidores públicos – agentes de polícia, para que destruíssem alguns arquivos contendo informações comprometedoras a seu respeito”, consta no documento.
Sobre isso, a defesa do sacerdote disse que “não houve pagamento a nenhum servidor”. A defesa informou ainda que o padre Robson foi vítima de extorsão de dinheiro e que os criminosos já foram condenados e estão presos. “Todo o material da extorsão foi considerado falso pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás”, disse.
Sobre a acusação, a Polícia Civil do Estado de Goiás disse ao G1 que a atual gestão instaurou um procedimento na Corregedoria da Instituição para “apurar eventual transgressão disciplinar de policiais civis”. A nota disse ainda que o procedimento é “sigiloso enquanto estiver em andamento, razão pela qual não serão prestadas maiores informações”.
O documento não esclarece quais eram as “informações comprometedoras” a respeito do padre, no entanto, a defesa do religioso afirma que se refere ao caso da extorsão de R$ 2,9 milhões feitas por um hacker, que, segundo a decisão da Justiça, tinha um romance com o padre e ameaçava expor casos amorosos do sacerdote.
A investigação da chantagem foi o que deu início à suspeita de lavagem de dinheiro da Afipe. A rede de desvio de doações envolve imobiliárias, empresas de comunicação, postos de combustíveis e até o vice-prefeito de Trindade Gleysson Cabriny de Almeida (PSDB), conforme denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO).
Por mensagem, o vice-prefeito de Trindade disse que não teve acesso ao processo e só deve se pronunciar após ter conhecimento dos autos. Por sua vez, a prefeitura informou que não é citada nas denúncias. Portanto, não deve se pronunciar sobre o caso.
A defesa do padre disse que todos os negócios da associação “são contabilizados e documentados”. Robson sempre negou que tenha desviado dinheiro de fiéis doados à Afipe. Ele afirma que criou essa e outras entidades com nomes similares a partir de 2004, com o objetivo de proporcionar auxílio na vivência da fé e propagar a devoção ao Divino Pai Eterno.
O religioso era responsável pela administração do Santuário Basílica de Trindade, um dos maiores do Brasil, mas se afastou das funções temporariamente para colaborar com o MP-GO.
Investigação de desvio de doações
Nas investigações, o MP-GO encontrou evidências de centenas de compras e vendas de imóveis em nome da Afipe em que a entidade parece ter sido prejudicada financeiramente. Tais situações implicaram nos seguintes crimes investigados:
Apropriação indébita
Lavagem de dinheiro
Falsificação de documentos
Sonegação fiscal
Associação criminosa
Também há nos relatos da investigação várias empresas cujos sócios eram quase sempre os mesmos, quase sempre usando o mesmo contador. As vendas dos imóveis e outras transações financeiras aconteciam entre essas companhias e a Afipe.
Ao todo, os repasses para empresas de comunicação somam R$ 456 milhões. Esses pagamentos também são investigados, segundo os promotores, por não terem afinidade com o objetivo final da Afipe, que é proporcionar auxílio na vivência da fé e propagar a devoção ao Divino Pai Eterno.
A irmã do padre, Adrianne de Oliveira Pereira, é investigada como possível “laranja” do irmão. Segundo o MP-GO, ela mora em um imóvel de luxo que pertence à Afipe e aparece nas apurações como participante de 24 operações imobiliárias. O G1 não conseguiu identificar quem é responsável pela defesa de Adrianne para pedir um posicionamento.
Outra mulher da confiança dele e que trabalhou por anos na Afipe, também é apontada como “laranja”. Celestina Celis Bueno, de 59 anos, aparece nos autos da investigação como dona de pelo menos três emissoras de rádio, ex-proprietária de um avião e de uma casa luxuosa na praia, além de já ter recebido R$ 4 milhões. Advogada de Celestina, Cláudia Seixas disse que não irá se manifestar, em respeito às investigações.
Entenda o caso
No dia 21 de agosto, o MP deflagrou a Operação Vendilhões, que apura desvios de verba e lavagem de dinheiro na Afipe
A ação apura o uso de dinheiro da Afipe – em sua grande maioria doada por fiéis – na compra de fazendas, casas de praia e outros imóveis de luxo. O MP afirma que eram usados “laranjas” e empresas de fachada para a prática dos crimes
Um processo de extorsão sofrido pelo padre Robson originou a ação do MP. A Justiça afirma que um hacker extorquiu o pároco tinha um romance com ele e ameaçava expor casos
A investigação aponta que a Afipe movimentou cerca de R$ 2 bilhões na última década. Ao menos R$ 120 milhões teriam sido desviados
Fundador e presidente da Afipe, padre Robson se afastou do cargo por conta da operação. Ele era o responsável por gerir um orçamento de R$ 20 milhões mensais
Fonte: G1
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