Ceará
Novo Ensino Médio: maioria quer formação técnica e profissional
Embora as escolas tenham até 2022 para entrarem em conformidade com as diretrizes do Novo Ensino Médio (Lei número 13.415/2017), no Ceará, a pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção, da plataforma de comunicação Porvir, revela que 21% dos estudantes ouvidos pelo estudo escolheriam, hoje, a formação técnica e profissional como itinerário formativo, ou seja, a área de interesse com base nas aptidões e objetivos pessoais.
O total representa a maioria dos 756 alunos ouvidos pela pesquisa no Estado. A segunda opção mais escolhida, por 17% dos estudantes, é por um itinerário formativo integrado, misturando conhecimentos de mais de uma área; seguido pela área de Linguagens, área de interesse de 15% do público ouvido.
A pesquisa revela, também, o momento em que jovens se sentem mais à vontade para realizar essa escolha. A maioria, total de 38%, prefere que essa definição aconteça já na matrícula do 1º ano do Ensino Médio. Somente no 2º semestre do mesmo ano escolar é a opção preferida por 15% dos alunos. Outros 15%, por sua vez, consideram ser muito cedo para pensar sobre.
O estudo revela, ainda, que as motivações dos jovens para a escolha do itinerário estão mais ligadas aos seus projetos para o futuro. Isso porque 26% das pessoas ouvidas disseram que o que mais levariam em conta nessa decisão é a afinidade com a faculdade que pretendem fazer, seguido de 21% dos estudantes, que acharam mais importante a área em que querem trabalhar.
A Nossa Escola em (Re)Construção também procurou saber quais atividades o jovem gostaria de ter, considerando que ele passará 1 hora a mais por dia na escola. No Ceará, 30% dos entrevistados optaram por atividades esportivas, 30% por reforço ou aprofundamento nas matérias existentes e 26% por atividades de preparação profissional.
Adequação
Por enquanto, a adequação das escolas ao novo modelo, guiado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), segue apenas na teoria. Na rede pública estadual, 460 já aderiram ao Programa de Apoio ao Novo Ensino Médio, segundo informou, por nota, a Secretaria da Educação do Estado (Seduc). Uma mudança real de perspectiva, no entanto, não deve acontecer este ano.
De acordo com a pasta, cada escola está em fase de planejamento e discussão com a comunidade escolar sobre como será a adequação à nova legislação. “Em 2020, a matriz curricular das escolas continuará sem grandes alterações”, informou a secretaria.
Para o professor do Departamento de Estudos Interdisciplinares da Universidade Federal do Ceará (UFC), Júlio Alfredo Racchuni Romero, a reforma do Ensino Médio ainda apresenta muitas lacunas e indefinições, inclusive em relação aos itinerários formativos.
“A gente não percebe qual vai ser o momento de escolha e como vai ser a escolha do aluno. Será que ele vai passar por algum treinamento, por exemplo? Será que já não deveria ter passado por isso nesse último mês do ano, entre os alunos que estão saindo do Ensino Fundamental, para poder apresentar quais são as ideias de cada área do conhecimento? Eu acho que nem as escolas sabem como vai ser isso”, comenta.
O maior desafio, segundo o especialista, é o do ponto de vista organizacional, no que se refere a definir quais escolas deverão aderir primeiro ao novo modelo e a partir de quais critérios. Nesse aspecto, acrescenta o professor, a implementação dos itinerários formativos pode esbarrar na falta de estrutura e orçamento das escolas.
“Se você tem estados que estão praticamente quebrados, como as escolas vão assumir esse papel? Será que terão os melhores equipamentos para isso? Considerando que o aluno vai ficar sete horas na escola, ele vai precisar de bons equipamentos”, avalia.
O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE), Airton Oliveira, explica que ainda aguarda posição oficial do Ministério da Educação sobre como deve ser feita essa transformação. “Achamos que em 2020 deve ser adiantada alguma coisa, de forma cautelosa. Isso demanda salas de aula, multiplicação de professores, aumento da carga horária. A discussão ainda permanece nas secretarias de educação”, afirma.
Fonte: Diário do Nordeste
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