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Meteoro que caiu em Pernambuco, irradiando mais intensamente que a Lua cheia, aponta reflexões sobre a origem do ferro

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No dia 27 de fevereiro, por volta das 23h (horário local), um meteoro esporádico – quando não está associado a nenhuma chuva de meteoro – foi flagrado por diversas câmeras no litoral de Pernambuco, entre Olinda e a Ilha do Itamaracá. O objeto também foi registrado pelo satélite geoestacionário, como são chamados os satélites que acompanham a rotação da Terra e parecem estar parados, GOES-16.

Percebe-se em algumas imagens, por uma fração de segundo, que a noite vira dia. Também conhecido popularmente como estrelas cadentes, os meteoros podem ser causados por pequenos grãos de poeira a objetos de um metro. Geralmente são feitos de ferro e níquel e, por isso, antigamente se achava que as estrelas eram constituídas desse elemento.

Contudo, com a descoberta da espectroscopia pela análise da luz das estrelas, constatamos que elas são constituídas majoritariamente por hidrogênio e hélio e não por ferro. Porém, ainda guardamos as heranças etimológicas desta crença.

Veja, por exemplo, a palavra “siderúrgica”, uma indústria onde se prepara o ferro. Temos uma grande siderúrgica aqui no Ceará, a Companhia Siderúrgica do Pecém, onde são feitas grandes peças de aço, uma liga de ferro e carbono. A palavra siderúrgica, do latim, sider, significa estrela. Não à toa, Galileu Galilei nomeou a sua obra mais famosa de Siderius Nuncius (O mensageiro das Estrelas) – um folheto de 24 páginas publicado em Veneza, em março de 1610.

Sabemos que o núcleo do nosso Planeta também é constituído de ferro e níquel, assim como os meteoritos que vieram do espaço. A maioria dos elementos são formados nas estrelas. Tudo começa com uma nuvem do elemento mais leve, o hidrogênio. Essa nuvem se concentra tanto que os átomos se juntam (fusão) formando o Hélio. Assim vão surgindo elementos cada vez mais pesados, como o carbono, oxigênio, nitrogênio, fósforo, enxofre e basicamente todos os átomos presentes no corpo humano que um dia foram produzidos em estrelas muito distantes no espaço e no tempo.

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